Florentino agarrou o lugar na equipa inicial do Benfica com a chegada de Bruno Lage ao comando técnico da equipa principal no decorrer da época 2018/19. No entanto, o médio defensivo perdeu espaço na temporada seguinte e viveu empréstimos a Mónaco e Getafe.

O jogador de 23 anos recordou as experiências fora de Portugal, sobretudo no Principado, e revelou ter sofrido uma depressão.

«Passei por uma crise, creio que posso mesmo dizer que passei por uma depressão no Mónaco. Estava com uma psicóloga, ela ajudava-me e pensava 'Essa psicóloga está a ser uma benção para a minha vida'. Ouvi o Espírito Santo a dizer-me 'Eu mesmo vou curar-te'. Naquele momento disse 'Deus, a psicóloga esta a ajudar-me a voltar aos caminhos certos'. Mas obedeci à voz de Deus e parei com a psicóloga. Agradeço o apoio que ela me deu. Parei e gerei uma grande robustez, tornei-me uma pessoa ainda mais forte», começou por contar no podcast «Em casa».

O futebolista do Benfica aproveitou para deixar uma mensagem a outros companheiros de profissão que vivem ou viveram o mesmo. «Muitas pessoas no futebol devem passar por estas situações. Parece fácil estar nesta posição, mas quantos jogadores não conseguem chegar ao futebol profissional? Quem está nesta luta para conquistar o sonho que não desista. Permaneçam, o fim será glorioso. Quando há sacrifício a recompensa virá», sublinhou.

Sem detalhar, Florentino assumiu ainda que pensou em desistir de treinar. «Houve um treino apenas com jogadores que não estavam convocados. Eu eram um desses. Disse à minha mulher: "Hoje vai ser o meu último treino, nunca mais vou treinar na minha vida". Tivemos dois dias de folga e no dia do treino seguinte, eu disse a mim mesmo que tinha de ir treinar. Acontecia muitas vezes dizer a mim próprio que já não me apetecia treinar», confessou.

O jovem jogador revelou que tinha um motivo fortíssimo para se fixar no plantel do Benfica no início da temporada 2022/23: a doença do sogro.

«Queríamos voltar para o Benfica não só porque fui muito feliz, é a casa onde cresci  Bateu a saudade de jogar na Luz e ver o estádio cheio. Mas também havia um motivo pessoal. O pai da Bruna estava doente, infelizmente hoje já não está connosco. Queríamos dar-lhe apoio. Se a minha mulher não estivesse feliz, eu também não. O útil juntou-se ao agradável. Não decidimos onde queremos ficar, mas preferia manter-me no Benfica. As coisas correram-me bem e eu dizia 'Deus, só quero ficar aqui por causa do pai da Bruna e quero voltar a jogar no Benfica’. Não tinha a expectativa de jogar a titular, só queria ficar no Benfica», contou, defendo que este foi «a melhor da época da carreira».

Enquanto explicava qual a sua função em campo, Florentino frisou ainda que o objetivo era ficar no Benfica nem que fosse suplente toda a época. «O médio defensivo é uma posição em que tens de ser bom a defender e bom a atacar. Decide se a bola vai para a esquerda ou para a direita, se vai atacar rápido ou devagar. Tenho a necessidade de transmitir calma para a equipa. Foi um ano espetacular para mim. Não estava à espera de ter os números que apresentei. E eu só queria ficar. Se eu ficasse no banco estava bom. Espero que possamos repetir outra época assim», concluiu.

Pode ouvir aqui as declarações completas de Florentino: