O advogado João Pinheiro, que esteve envolvido na revisão dos estatutos do Benfica, considera que as alterações promovidas pela direção de Rui Costa ao documento entregue em março de 2022, apontam para a redução do poder dos sócios e considera que o processo está a decorrer com «falta de transparência».

«O texto disponibilizado em 2023 difere do texto proposto pela Comissão em aspetos essenciais», começa por destacar o advogado benfiquista no decorrer do podcast Final Cut que vai ser transmitido, na íntegra, às 21h30 desta segunda-feira.

O advogado considera que a direção do Benfica tem legitimidade para introduzir alterações à proposta original, apresentada em 2022, mas considera que o processo está a ser conduzido com «falta de transparência». «As alterações são legítimas, mas deviam ser esclarecidas as mudanças feitas ao texto original e o porquê», destaca o advogado que participou na elaboração original da revisão dos estatutos.

No mesmo podcast, João Pinheiro manifesta ainda preocupações no âmbito das questões relacionadas com alienação de património, considerando que poderá haver um «retrocesso» quanto à capacidade de decisão por parte dos sócios.

Em resumo, João Pinheiro considera que a direção pretende reforçar os seus poderes e, ao mesmo tempo, diminui o dos sócios. «A Direção do Benfica quer um cheque em branco para poder estabelecer as parcerias que entender», aponta ainda o advogado.

A terminar, João Pinheiro deixa um apelo dirigido a Rui Costa. «Que nunca hesite em manter o seu benfiquismo como critério principal de decisão e condução do destino do Benfica (…) que nunca se deixe engolir pelo peso da estrutura», destaca ainda o advogado.