Na antevisão ao encontro com o Marítimo, Rui Vitória foi confrontado com as declarações de Luís Filipe Vieira na Assembleia-Geral do clube, na véspera, nomeadamente as que diziam que «quem manda na equipa é o treinador».

Questionado concretamente sobre se essas declarações lhe trariam maior responsabilidade, Rui Vitória respondeu de forma perentória.

«Não sei se o presidente disse isso. Quando treinei o Fátima subi duas vezes de divisão e fui campeão nacional. Em Paços fui finalista da Taça da Liga; no V. Guimarães fui finalista da Supertaça, ganhei uma Taça de Portugal e tive dois apuramentos para a Liga Europa. No Benfica, em nove títulos, foram seis conquistados. Já para não contar a valorização desportiva que depois se refletiu em valorização económica. Isto para dizer que sou um treinador com bagagem grande. Cheguei aqui e ninguém me deu nada, as coisas foram conquistadas dia a dia, com os meus jogadores», começou por dizer, continuando:

«A bagagem diz-me o quê? A responsabilidade neste clube é enorme. Nunca sabemos qual é o jogo que é importante, portanto todos têm de ter caráter decisivo. Felizmente tenho tido muito mais sucessos do que insucessos. E a trabalhar, em muitos momentos, em condições difíceis, condições de várias ordens: salários, investimentos…Já sou um treinador com uma bagagem grande, ninguém me deu nada até chegar aqui, foi tudo conquistado dia a dia»

«Cheguei aqui e ainda vou continuar a ganhar. Estes momentos dão-me mais força e mais vontade de os enfrentar, e podem contar comigo para isso. Levo um soco grande quando perco, mas no dia a seguir alguma coisa cresce aqui dentro e a energia está cá», sublinhou o técnico dos encarnados.