O Benfica voltou a qualificar-se para os quartos de final da Liga dos Campeões, algo que não acontecia desde 2015-2016 quando Rui Vitória era o treinador.

Nesta terça-feira, à margem do Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, o técnico falou sobre o desafio que as águias, agora treinadas por Nélson Veríssimo têm pela frente.

Rui Vitória reconhece que a tarefa não será nada fácil, mas lembra que as equipas portuguesas têm o hábito de se superarem perante grandes desafios.

«Vejo uma eliminatória tremendamente difícil. O Liverpool é uma equipa com uma dimensão muito grande. Mas a este nível, havendo dois jogos, as equipas portuguesas de vez em quando vão fazendo brilharetes. Sendo a dois jogos, e com níveis de motivação muito elevados, acredito que pode acontecer [eliminar o Liverpool]», começou por dizer.

«Temos todos a noção de que é um objetivo difícil. O Benfica vai defrontar uma equipa de enorme dificuldade. Mas nesta fase da competição, tudo pode acontecer», acrescentou.

Já sobre o seu futuro nos bancos, e fugindo a todas as perguntas que o poderiam apontar a um regresso ao Benfica, o técnico de 51 anos diz estar aberto a todas as possibilidades.

«Quem vai para a Rússia e a Arábia é porque é um treinador do Mundo. Estou preparado para qualquer desafio. À partida, a minha ideia é continuar no estrangeiro. Enquanto treinador, depois de ter treinado o Benfica, na Rússia e na Arábia, estou aberto a tudo», declarou.

Vitória afirma, por isso, procurar um projeto que o apaixone.

«Estou numa fase da minha carreira com muita ambição, mas em que preciso de me sentir realizado. Isso tem muito a ver com o desafio que tiver pela frente e não pelo campeonato ou equipa. Tem a ver com a paixão que o projeto me provocar. Se isso acontecer, vou para qualquer lado».

Sobre a possibilidade de ser mais um a cruzar o Oceano Atlântico para treinar no Brasil, o treinador cujo último trabalho foi no Spartak Moscovo, não fecha a porta.

«Estou convencido de que Brasil é um mercado que se vai abrir permanentemente nos próximos tempos. Já tive essas oportunidades que não se realizaram, mas o treinador está preparado para ir para qualquer lado e é um desafio aquele país. Porque tem qualidade imensa de jogadores e parece-me que o treinador português ainda pode acrescentar alguma coisa. Prevejo que mais treinadores portugueses possam ir para lá, até porque acredito que os treinadores que estão lá agora vão fazer bons trabalhos e isso mantém as portas abertas. E eu estou preparado para isso», rematou.