Bernard Tapie, antigo presidente do Marselha, levantou suspeitas sobre o árbitro que dirigiu a célebre meia final entre o clube francês e o Benfica, na Luz, decidida com um golo do angolano Vata, muito polémico.

«Quando o Vata nos eliminou, marcando com a mão, fiquei absolutamente convencido de que o árbitro o viu. Como o golo foi validado, não posso pensar noutra coisa que não em desonestidade, algo como um arranjinho por um punhado de notas, um presente, uma prostituta enviada ao seu quarto de hotel, ou qualquer das situações que estamos habituados a referir nestes casos», afirmou o ex-dirigente, em entrevista ao jornal francês «L’Equipe».

Recorde-se que Tapie acabou por ser condenado, anos mais tarde, num caso de corrupção. Aliás, o antigo dirigente, hoje com 74 anos, na mesma entrevista, deu conta de como foram os anos seguintes.

«Depois do jogo com Benfica eu disse ‘percebi’ e toda a gente gritou que eu ia começar a pagar a árbitros. Na verdade, contratei Franz Beckenbauer uns meses mais tarde, foi nosso treinador algum tempo e depois passou a diretor desportivo. Era incrível! Os árbitros pediam-lhe autógrafos na bola. Beneficiámos muito da sua incrível notoriedade», admitiu.

Sem grandes dúvidas de que «os clubes grandes são favorecidos», Tapie falou do jogo entre o Barcelona e o PSG, polémico também por motivos de arbitragem. «Os árbitros são homens, apaixonados pelo futebol como eu e tu, muitas vezes ao longo de dezenas de anos. Deixam-se fascinar por certos jogadores e certos clubes. És alemão, arbitras o PSG Barcelona e é óbvio que PSG não te diz nada, nada. O clube não faz sonhar, é o Barcelona», sublinhou. 

Recorde o golo de Vata: