O Benfica juntou este sábado Nuno Gomes, Ricardo Rocha e Mantorras para lembrar o título conquistado na época 2004/05, sob o comando de Giovanni Trapattoni.

Na BTV, Mantorras revelou por exemplo que o técnico italiano o mandava aquecer só para acalmar os ânimos dos adeptos, numa altura em que o angolano era um espécie de «arma secreta» para o emblema da Luz.

«Às vezes o Trapattoni mandava-me aquecer para acalmar os adeptos, quando as coisas não estavam a correr bem. Foi uma coisa do outro mundo. Jogar no Benfica é completamente diferente. Ser campeão no Benfica, com aquele grupo, foi incrível», disse o antigo avançado angolano.

Mantorras explicou ainda que não treinava todos os dias para proteger o joelho: «Não treinava a semana toda com o grupo. Só treinava às quintas às e sextas-feiras para proteger o joelho e ter cuidado. Quando isso acontecia, ficava a 100 por cento para ajudar nos fins de semana. Estava preparado e o Trapattoni já me explicava que entrava para ajudar a 15 ou 20 minutos do fim, e ajudei nos bons e maus momentos.»

«Muito mérito ao Trapattoni, que soube gerir os bons momentos e os maus durante a época. Ele tinha uma relação extraordinária connosco, as palestras eram muito engraçadas, eu era capaz de ir contra um muro por ele», contou também Ricardo Rocha sobre Trapattoni.

Já Nuno Gomes referiu que, apesar desse títulos, as condições do clube encarnado na altura não se comparam com o que se verifica atualmente.

«É impossível comparar e se formos falar da formação ainda mais. Naqueles anos antes do Centro de Estágios do Seixal a equipa profissional andava com a casa as costas, não havia quartel general, nem sítio especifico... Um dia treinávamos no Estádio Nacional, no dia seguinte no Universitário, depois no Monte da Galega, no Real Massamá…», disse.

«Isso interfere com um trabalho que se quer competente e que se deseja ser acima da média. As condições hoje em dia são muito diferentes e eu acho que esse título fez acreditar o nosso presidente [Luís Filipe Vieira] que era possível voltar a ter o Benfica a lutar pelo título todos os anos e que o investimento que estava a ser feito ia dar frutos, o que se confirmou. São realidades totalmente distintas. Aquele título foi muito: ‘sangue suor e lágrimas’», atirou.

Sobre a atualidade, os três mostraram-se confiantes nas hipóteses do Benfica no campeonato, apesar de o FC Porto ser líder. «É ganhar os dez jogos que faltam e rezar para que o FC Porto perca alguns. Quem joga com esta camisola tem deter o máximo de esperança. Se estou pronto para os últimos 10 minutos? O meu joelho já não dá mais... Temos bons avançados para resolver esse problema», atirou Mantorras