[artigo atualizado às 11h59]

A Polícia Judiciária está a fazer buscas no Estádio da Luz, nesta quinta-feira, na sequência do denominado «caso dos emails». O Ministério Público já confirmou a existência de «mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e activa».

A PGR revelou ainda em comunicado que o inquérito investiga «a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados emails do Benfica» e envolve 28 elementos da Polícia Judiciária.

A informação foi avançada pela revista «Sábado», e entretanto confirmada pela TVI. De acordo com a mesma fonte, as buscas estendem-se à casa do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.

Em declarações à agência Lusa, fonte do Benfica começou por negar buscas na Luz, na manhã desta quinta-feira, mas esta informação foi depois atualizada: «Inicialmente não estavam cá nenhuns inspetores, e que tenha conhecimento apenas estão no Estádio da Luz.»

Recorde-se que as investigações estão relacionadas com as suspeitas de corrupção levantadas pelo FC Porto, mediante a divulgação, por parte do diretor de comunicação, Francisco J. Marques, de correspondência eletrónica alegadamente trocada por responsáveis do Benfica.

O Benfica anunciou então, através do seu diretor de comunicação, Luís Bernardo, que requereu a abertura de um processo-crime, visando o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e a administração da SAD portista, por «violação de correspondência privada». 

Recorde-se ainda que, na semana passada, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto rejeitou uma providência cautelar apresentada pelo Benfica, que visava impedir a divulgação de mais mensagens de correio eletrónico, por entender que não se aplica a questão de «concorrência desleal» argumentada pelo Benfica.

A SAD encarnada anunciou então que ia recorrer para o Tribunal da Relação.

AProcuradoria-Geral Distrital de Lisboa emitiu ao fim da manhã um comunicado a confirmar as buscas e a revelar mais pormenores: 

Ao abrigo do disposto no art. 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa torna público o seguinte:

No âmbito de um inquérito da 9ª secção do DIAP de Lisboa foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e activa.

No inquérito investiga-se a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados emails do Benfica.

A operação encontra-se em curso, contando com a presença de 4 magistrados do Ministério Público, 2 Juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo Inspectores e Peritos financeiros e contabilísticos e informáticos.

O inquérito encontra-se em segredo de justiça.