[artigo atualizado: publicado originalmente às 13h]

A Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária deslocou-se ao Estádio da Luz, no passado dia 11 de outubro, para recolher provas relativas à investigação do denominado «Caso dos Vouchers».

A notícia foi avançada pelo “Correio da Manhã” e confirmada entretanto pelo Maisfutebol. A edição online do semanário “Expresso” cita mesmo fonte da Polícia Judiciária a confirmar «diligências de recolha de provas», adiantando ainda que «não há arguidos constituídos».

Entrentanto também a agência Lusa obteve, junto do Ministério Público, a confirmação de  buscas com vista a recolha de prova», em «diligências tiveram lugar no passado dia 11 de outubro».

E ainda que não tenha confirmado em concreto estas buscas, o Benfica emitiu um comunicado sobre o assunto no site oficial, logo pela manhã. O texto refere que logo após a denúncia feita pelo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, no programa “Prolongamento”, da TVI24, o Benfica «por sua iniciativa expressa e pronta, solicitou à Federação Portuguesa de Futebol que remetesse uma participação às instâncias competentes, visando promover a averiguação da situação referida no mais curto espaço de tempo».

O clube «reitera o seu empenho, para que a exemplo do realizado e já concretizado nos órgãos próprios das instâncias desportivas, exista um cabal esclarecimento e célere decisão sobre este processo, por parte das entidades competentes».

O Benfica considera, por isso, «natural e desejável que ocorram várias diligências no âmbito do referido processo, fator determinante para que a análise dos factos seja totalmente esclarecedora», relativamente ao que as águias apelidam de «especulações totalmente descabidas».

O «Caso dos Vouchers» surgiu em outubro de 2015, quando Bruno de Carvalho acusou o Benfica de oferecer um «Kit Eusébio» a cada árbitro, delegado e observador dos jogos da equipa principal e da equipa B. Uma oferta que contemplaria uma réplica da camisola utilizada por Eusébio e ainda vouchers para o Museu Cosme Damião e para o Museu da Cerveja, que neste caso davam direito a quatro refeições.

A denúncia do presidente leonino levou à abertura de investigações tanto nas instâncias desportivas como judiciais. Na justiça desportiva o caso já foi arquivado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (CD), em março, com base num despacho da Comissão de Instrução e Inquérito da Liga (CII), que considerava que a oferta «ingressa no conceito de ofertas de mera cortesia, lembrança entregue por ocasião dos jogos (sempre no final dos mesmos e sempre na presença de delegados da LPFP) a todos os agentes de arbitragem e delegados do LPFP intervenientes, de modo generalizado e indiferenciado e admitido na regulação desportiva vigente».

O Sporting recorreu da decisão, mas o arquivamento foi mantido, numa decisão anunciada em junho, o que levou a direção leonina a anunciar que ia levar o caso ao Tribunal Arbitral de Desporto.

Relativamente às instâncias judiciais, o caso está ainda em investigação. O próprio Bruno de Carvalho foi ouvido pelo Ministério Público em abril, e agora a Unidade de Combate à Corrupção efetuou diligências na Luz.

Bruno de Carvalho que, também esta terça-feira, convocou uma conferência de imprensa para dizer que o comunicado do Benfica não diz a verdade e que não foi a SAD encarnada que deu origem à investigação da Polícia Judiciária.

«O Benfica não pediu para averiguar nada. O Benfica fez uma queixa contra mim à Federação, a Federação mandou para a Liga, perderam na Liga, fizeram recurso para o Conselho de Disciplina, perderam no Conselho de Disciplina, fizeram um recurso para o Conselho de Justiça, perderam no Conselho de Justiça, e agora fizeram um recurso para o TAD, que está a correr», referiu.

«Nada do que foi desencadeado partiu do Benfica, nada do que está a decorrer partiu do Benfica e espero que continuam a levar-se as coisas até às últimas consequências.»