O Rio Ave só regressa aos trabalhos a meio da próxima semana. Certo é que alguns jogadores decidiram aproveitar os últimos dias de férias para começar a preparação no Estádio dos Arcos.

Um deles foi o defesa-central Nélson Monte, que mostra ansiedade pelo começo da nova temporada. Em entrevista à página oficial do clube vila-condense, o defesa central admite ter saudades de pisar os relvados.

«Hoje em dia a maior parte dos jogadores até começa a fazer a sua própria temporada antes disto começar. Nós, jogadores de futebol, não gostamos de estar sem acordar de manhã e vir logo para o treino sentir o cheiro da relva. Falta uma semaninha e a ansiedade começa a mexer connosco. É tudo uma mudança, pelos colegas e pelo treinador novo», começou por dizer o futebolista de 21 anos.

Regressar ao ofício pode ser encarado com sentimentos mistos. Para Nélson Monte, a união do grupo faz a diferença em Vila do Conde. «Há pilares neste balneário que criam esta família. Por exemplo, é normal que os jogadores que não costumam jogar tanto tenham a sua azia interior. Mas é raro aquele jogador que demonstra isso para fora, porque vai ser só ele a ficar mal no meio de tanta pessoa que temos aqui», frisou o camisola quatro do Rio Ave.

Questionado sobre as qualidades de Filip Krovinovic, Monte não tem dúvidas: «É dos melhores com quem já partilhei o balneário. Quando estava cá, o ‘Krovi’ também chegou. Aos poucos foi conquistando o seu espaço e agora está no Benfica. O que o ajudou foi o fantástico grupo que temos. No outro ano não tinha os minutos desejados, mas houve pessoas que o ajudaram psicologicamente a aguentar tudo e este ano estar ao nível que estava», sustenta, completando a avaliação ao sétimo classificado da liga portuguesa.

«Todos os que passam por aqui falam sempre do Rio Ave quando vão embora. É difícil não gostar de estar cá: um clube bom, bom grupo, cidade muito boa. Só não gosta de estar cá quem for má pessoa ou assim», refere. Mesmo tendo ficado a um ponto das competições europeias, Nélson Monte guarda boas recordações de 2016/17.

«Não conseguimos o nosso grande objetivo, mas acho que conseguimos outras coisas boas. Praticávamos um futebol muito bonito, elogiado por toda a gente. O único aspeto em que fica aquele amargo na boca foi mesmo aquele pontinho que fez a diferença para o Marítimo ir à Europa e nós não», lamenta.

A venda de Roderick Miranda abre espaço no eixo defensivo, mas Nélson Monte não quer pensar em facilidades. «Já apanhei um ano com eles os dois [Marcelo e Roderick] onde não havia ponta por onde pegar. Tiveram um nível mesmo muito bom. Este ano só cabe a mim trabalhar para aproveitar a tal vaga», conclui, depositando confiança no currículo do técnico Miguel Cardoso.