A estratégia foi usada no primeiro jogo oficial da época, depois da saída de Gonçalo Ramos, e teve uma segunda versão cerca de dois meses depois, na visita ao terreno do Inter de Milão.

Ora, apesar de não ter tido um sucesso palpável, Roger Schmidt voltou a abdicar de um ponta de lança raiz e jogou com um ataque móvel no empate do Benfica em casa do Vitória de Guimarães, no domingo à noite, a contar para a 21.ª jornada da Liga.

O técnico encarnado surpreendeu ao apostar em Rafa para jogar com falso ponta de lança, até porque abdicou da presença de Arthur Cabral no onze inicial, talvez no melhor momento do brasileiro na temporada: três jogos seguidos a marcar – agora quatro.

Mas voltando atrás, esta foi a terceira vez que Schmidt optou por esta estratégia.

Schmidt emendou a mão na Supertaça, mas já não foi a tempo de fazer o mesmo o Milão

Na Supertaça frente ao FC Porto, o alemão emendou a mão depois de uma primeira parte menos conseguida: lançou Musa ao intervalo e o Benfica acabou por vencer essa partida, por 2-0. Golos de Di María e de Musa, precisamente.

Em Milão, a mesma escolha, com resultados não muito diferentes: desta feita, Schmidt manteve a preferência até ao minuto 80, quando as águias já perdiam por 1-0, resultado que se manteve até ao apito final.

Mas afinal, para além dos resultados – que não são famosos –, o que dizem os números sobre esta opção tática do treinador do Benfica?

Águia sofre sem ponta de lança

O Maisfutebol foi à procura de resultados, com a ajuda do Sofascore, e eles não mentem: apesar de cada jogo ser um jogo, e os adversários em causa serem de uma dificuldade acrescida, a produção ofensiva do conjunto da Luz não é a mesma sem um ponta de lança de raiz em campo.

Desde logo, nos golos: por exemplo, o Benfica tem uma média de 2,2 golos no campeonato. No período em que jogou com um ataque móvel, festejou apenas uma vez, precisamente na noite de domingo, em Guimarães.

O número de grandes oportunidades também é francamente menor, assim como os remates efetuados à baliza contrária: 17,1 de média no campeonato, 6,7 nos minutos em que não houve um avançado de raiz.

Há, de resto, outros parâmetros em que fica evidente que a águia sofre sem um ponta de lança: o sucesso nos dribles, a posse de bola ou até mesmo a quantidade de perdas de bolas.