Rui Vitória deu uma grande entrevista à BTV e falou sobre as suas opções durante a temporada. O treinador do Benfica elogiou sobretudo Júlio César pela forma como ajudou o grupo jogando menos.

«Ficamos todos arrepiados, é o que um treinador gosta. Fui eu que agradeci ao Júlio, pela sua postura no grupo, sempre valorizado pelo grupo e pelo o que podia acrescentar. Lembrei-me de um jogo em que ele puxou do estádio que estava adormecido. É o primeiro a ajudar o Ederson. É dos mais titulados do Mundo e a postura dele... Todos querem jogar mas tínhamos 28. Tomara ter mais jogos para eles atuarem. Fico contente por eles perceberem isto. Coerência é decisiva na vida», afirmou.

A ala esquerda foi a posição que o treinador mais mexeu e a explicação prende-se com a adaptação e o objetivo para cada jogo: «É preciso ver que as contratações não são produtos acabados. A contratação que fazemos nunca é óbvia. É preparando o seu futuro e a saída de jogadores, um futebolista que entra na fábrica e depois poderá aparecer. Estamos a falar de Zivkovic, Cervi, etc. Nas alas tenho jogadores de grande qualidade. Qualquer dos cinco merecia estar em campo. Rafa tem características para alguns jogos, Zivkovic tem um pé esquerdo de eleição, mas ainda lhe falta o rasgo... Foi a posição em que alternámos mais.»

Questionado sobre a melhor forma de construção de um plantel, se prefere plantel inteiramente feito por si com o presidente ou um plantel que lhe é apresentado logo ali, Rui Vitória explicou:

«Aqui há sintonia perfeita entre treinador e direção. Enquanto treinador, não devo viver para mim. Estou inserido num clube com um paradigma que devo respeitar. Se temos uma filosofia de jogadores jovens, tenho de perceber isso. Esta sintonia tem de existir e temos de estar à vontade para falar. Aqui acontece isto. A minha idade será conversada e vou percebendo a parte comercial. Daí ter feito aquelas vendas e poder fazer outras agora. Não pode ser exclusiva de um direção ou de um treinador. Há sempre espaço para uma variabilidade de jogadores.»

E deu o exemplo da frente de ataque: «Optámos por ter Mitroglou e Jiménez, que são quase opostos. A variabilidade hoje é uma grande riqueza para contrariar as outras equipas. Ter um modelo fechado é bom mas pode depois ter alguns problemas. O ano passado jogámos com uma defesa e este ano com outra. Depois vamos incutindo os tais princípios. Ligando à parte comercial, há espaço também para ir de encontro às ideias da direção.»

Para a próxima temporada, não teme as saídas: «Pode haver mexidas, mas está nas mãos do presidente. Mas tudo foi pensado e estruturado. Não há drama nenhum, se saírem vão ser embaixadores porque levam o Benfica no coração. Se não conseguirmos ficar com eles arranjaremos outros e teremos de certeza uma equipa forte e competitiva.»