Rui Vitória recordou as três temporadas e meia em que orientou o Benfica e destacou que guarda boas lembranças dos tempos que passou na Luz.

«O Benfica é um clube enorme. Tinha esta ambição de treinar uma grande equipa. Quando entras, descobres a grandeza deste clube. É um prazer enorme. Gostava que cada treinador vivesse isso para perceber o que significa treinar um grande clube. Tenho grandes memórias», afirmou o treinador português em entrevista ao Onze Mondial.

Agora ao comando da seleção do Egito, Rui Vitória considerou que ter lançado para a ribalta jovens como João Félix, Renato Sanches e Rúben Dias vale o mesmo que os seis títulos conquistados ao serviço do Benfica. O técnico de 53 anos considerou que o tempo que passou nos encarnados mudou o paradigma e o olhar sobre a formação em Portugal.

«Os títulos são importantes, mas são tão gratificantes como ter lançado esses jovens. Quando cheguei, disse ao presidente que queria construir o meu plantel deixando espaço para 5 ou 6 jovens das camadas de formação. Isso era uma novidade em Portugal, nem o Benfica nem outros grandes clubes tinham esta política de formação. E mudámos esse paradigma. Modéstia à parte, considero que mandámos uma mensagem a Portugal a dizer que se pode ter sucesso com jogadores da academia. Desde então, todos os outros clubes seguiram este método e se não o segues perdes uma mina de ouro e transferências de milhões», sublinhou.

Poucos dias depois de deixar o Benfica, Rui Vitória assinou pelo Al Nassr, mas o interesse saudita já era antigo.

«Eles já tinham interesse quando eu treinava o Benfica. Quando saí do clube, o Al Nassr voltou a contactar-me. Havia algumas variáveis que levei em consideração. Primeiro, o aspeto financeiro. Somos profissionais com uma família. Depois queria experimentar algo diferente», explicou.

«Mal cheguei fomos campeões, portanto o título que não consegui no Benfica, consegui na Arábia Saudita. Aliás, foi o último título deles», disse ainda.