O Benfica derrotou na terça-feira a equipa sérvia do Napredak por 3-0, num jogo em que Rui Vitória aproveitou para testar 24 jogadores, incluindo algumas caras novas, e um sistema de jogo em cada parte: o 4x3x3, com o chileno Castillo sozinho no eixo do ataque, nos primeiros 45 minutos e o 4x4x2, com Jonas no apoio a Facundo Ferreyra, na etapa complementar.

«Vamos privilegiar estes dois sistemas nos próximos jogos. Não com o propósito de querermos saber qual deles é o melhor, mas de preparação dos sistemas, que passa muito por uma estabilização e por uma consolidação dessas duas formas de estar em campo», esclareceu o técnico das águias em resposta a questões lançadas por jornalistas presentes no jogo realizado no Estádio do Bonfim, no âmbito do Torneio Internacional do Sado.

Recorde-se que o 4x4x2 foi o sistema preferencial dos encarnados entre 2009 e os primeiros meses da temporada passada, altura em que Rui Vitória transitou para um novo modelo de jogo com mais um homem na zona central do meio-campo. «A maioria dos jogadores com quem trabalho já trabalhou num e noutro sistema. O que queremos é estar prontos para utilizar qualquer deles em qualquer momento. Vamos utilizá-los, não para ver qual é o melhor mas para aproveitar para trabalharmos um e outro num período em que estamos a adquirir uma série de princípios», acrescentou Rui Vitória sem dizer qual dos sistemas será o «plano A» a partir da nova época.

O treinador do Benfica preferiu centrar o discurso mais na forma como pretende que a equipa aborde os jogos do que numa leitura mais estanque do plano tático. «As pessoas não se devem agarrar à questão dos sistemas: o sistema não é mais do que uma disposição dos jogadores em campo mas depois há uma dinâmica muito própria e antes dos sistemas estão os princípios e o jogar que a equipa acaba por ter», começou por esclarecer.

«A equipa quer ser dominadora num e noutro sistema. Essa é uma das nossas grandes visões: a equipa impor a sua forma de jogar e fazer com que o adversário tenha de se adaptar a nós. (…) O que queremos é um jogo fluído, em que a bola circule com velocidade e percorra os três corredores com rapidez e que se procure constantemente um espaço livre e um homem livre para podermos atacar. De uma forma muito simplista, esta é a nossa visão com uma disposição tática ou com outra. Há três regras fundamentais para nós: atrair, libertar um espaço e acelerar. São três verbos que levamos atrás de nós. Estar a olhar para o 4x3x3 ou para o 4x4x2 é induzir as pessoas para um caminho que não queremos.»

Ainda assim, Rui Vitória reconheceu que o 4x3x3 aplicado na época passado contribuiu para que as águias melhorassem em vários aspetos do jogo. «O 4x3x3 deu-nos segurança na circulação de bola e um controlo maior da posse de bola, do jogo e do adversário. Temos dados objetivos disso, em que o adversário teve menos oportunidades e nós acabámos por ter mais oportunidades e controlar mais facilmente os jogos. Mas o que procuramos é estar preparados da melhor maneiras para as várias fases do jogo», rematou.