A FIGURA: João Neves

Se há um Benfica competitivo esta época, muito o deve a João Neves, o menino de 19 anos que vai sendo um oásis na irregular época dos encarnados. Tinha jogado a ala direito nos últimos três jogos, mas regressou ao meio, e em boa hora para Schmidt. Sem bola, foi o costume: super astuto, super compativo e a encher o meio-campo das águias, na companhia de Florentino. Com bola, foi perdendo discernimento com o passar dos minutos, mas principalmente na primeira parte foi ele a levar o Benfica para a frente. Nos descontos, numa repetição do filme de Alvalade, fez o empate, emocionou-se no festejo, e sem ele o Benfica nunca teria dado a volta ao marcador. Imenso, uma e outra vez.

O MOMENTO: Tengstedt, graças a VAR (minuto 90+7)

Era um Benfica só com o coração: Di María insistiu, persistiu e descobriu Aursnes na direita. O norueguês cruzou para a área, Rafa falhou o desvio e Tengstedt não desperdiçou. Minutos depois, o VAR confirmou a reviravolta épica do Benfica.

OUTROS DESTAQUES

Anatoliy Trubin

Mais uma exibição segura do guarda-redes do Benfica, apesar de ter sido surpreendido no golo de Gyökeres. Competente com os pés, brilhou na primeira parte com duas belas intervenções face às ameaças de Diomande e Pedro Gonçalves.

António Silva

Tinha sido um dos jogadores que mais havia sofrido com o sistema de três centrais imposto Roger Schmidt nos últimos jogos, mas esta noite voltou a subir o nível, novamente numa defesa a quatro. Talvez no lance do golo de Gyökeres pudesse ter encurtado mais o espaço para o sueco, mas de resto, foi uma exibição muito positiva e competente do jovem defesa das águias. Tal como o João Neves, parece que cresce nestes jogos, e talvez não seja alheio o facto de virem ambos da formação do Seixal.

Rafa

Não tem sido um Rafa feliz o dos últimos jogos, e também não foi neste dérbi que inverteu esta tendência. Ainda assim, elevou o nível face às últimas semanas e deu-se bastante mais ao jogo. O problema de Rafa, no entanto, continua a ser o mesmo de sempre, e que tem impedido o internacional português de subir de nível: a definição. Rafa desequilibra, principalmente através da velocidade, mas peca muito na hora de decidir.

Casper Tengstedt

Roger Schmidt lançou a meio da segunda parte juntamente com Arthur Cabral, e ouviu muitos assobios. Quem diria que no final do encontro, esses mesmos adeptos acabassem a entoar o nome do avançado dinamarquês. Pouco impacto teve no decorrer do encontro, mas fica ligado ao jogo, com o golo decisivo aos 90+7 minutos.

Di María

Muitos diziam que Di María estava de regresso ao Benfica para este tipo de jogos, mas se formos por aí, o internacional argentino tem de dar mais, muito mais. Até teve influência direta nos dois golos do Benfica, mas de resto, a exibição do extremo foi muito pobre. Fisicamente não parece estar a top, e além disso esteve muito desligado do jogo, com e sem bola.