A quatro jornadas do final, a tabela classificativa dá finalmente sinais de se querer compor, tanto em cima como em baixo.

Se o empate obtido em Alvalade já tinha sido um desfecho aceitável para o Benfica, melhor terão ficado os encarnados ao ver o principal rival falhar a aproximação.

Sporting e Benfica não protagonizaram um grande espetáculo de futebol e, por isso, não podem queixar-se do resultado. Para as águias, o empate soube bem melhor, visto que permitiu segurar a liderança, independentemente do que se passasse no jogo do FC Porto.

Os dragões receberam o Feirense em busca de voltar a «apertar» o líder, mas falharam na tarefa de marcar golos e cederam um empate a zeros, que os obrigou a puxar já da calculadora. Mérito também dos visitantes, que foram capazes de suster as investidas portistas.

Os discursos mantêm-se serenos, ponderados, sem euforias nem precipitações, o que é normal, tendo em conta o que aconteceu nas recentes épocas. Mas também é certo que as coisas estão bem encaminhadas para o líder.

Mas os números desta jornada ajudaram a alimentar também a luta pela Europa, isto porque, em função do triunfo sobre o Boavista, o V. Guimarães assegurou matematicamente um lugar nas competições europeias e, ao mesmo tempo, «libertou» uma vaga para o 6.º classificado.

É simples. Como os vitorianos são finalistas da Taça de Portugal e, como consequência, já tinham um lugar garantido nas provas europeias, o facto de terem confirmado um lugar europeu abriu mais uma vaga para ser ocupada por outra equipa, neste caso a 6.ª classificada.

Marítimo e Rio Ave, ambos vitoriosos nesta ronda, ganharam assim uma motivação extra na luta pela Europa, embora os madeirenses tenham vantagem de cinco pontos.

Ainda por definir está quem desce à II Liga, ainda que a corda na garganta comece a apertar cada vez mais. O Tondela deu um passo importante rumo à salvação, derrotando em casa o Nacional, um dos rivais na luta pela manutenção.

Por sua vez, os insulares complicaram bastante a tarefa da manutenção, ficando a cinco pontos da linha de água, face ao empate do Moreirense no último jogo da ronda.

Nesta análise não poderia passar despercebido o número de golos marcados (19), resultado de vários triunfos/derrotas por dois ou três golos de diferença, o que espelha bem o que vem sendo a reta final do campeonato: jogos abertos, já sem grandes objetivos pelo meio, e com algumas equipas a tirarem o pé do acelerador.