Filip Djuricic não esquece a passagem atribulada pelo Benfica. Em entrevista ao jornal belga Dernière Heure, o médio sérvio, agora cedido pelas águias aos belgas do Anderlecht, revelou uma conversa que teve com Jorge Jesus, onde o então técnico encarnado disse que não contava com ele.

«Vamos colocar as coisas da seguinte forma. Uma semana depois da minha chegada ao Benfica, Jorge Jesus, o treinador, veio falar comigo e disse-me: “Não preciso de um número 10 porque eu jogo sem número 10”. Eu respondi: “Está bem, mas então por que estou aqui?”. De facto a direção do clube acreditava muito em mim, mas o treinador não precisava de mim e fez-me ver isso. Fui apenas uma contratação dos dirigentes. Foi muito complicado», começou por dizer o médio, confessando ainda que escolheu o Benfica por achar que podia crescer na Luz.

«Sim, o Rui Costa, o diretor técnico, queria-me verdadeiramente. Ele próprio doou-me o número 10 que envergava. Era muita pressão, mas fiquei contente. O clube pagou oito milhões e deu-me um dos maiores salários. Pensava ter todas as condições para evoluir. Escolhi o Benfica embora tivesse outras propostas, nomeadamente da Alemanha, de Itália, de Espanha. Pensei que era a altura ideal para chegar ao topo. Depois houve esta tal discussão com o treinador».

Agora na Bélgica, Djuricic continua sem compreender porque não foi opção nos encarnados, mas aponta como explicação provável o facto de nunca ter alinhado na sua posição.

«Não joguei mal, mas era um 4-4-2 onde era um avançado puro, não era coisa para mim. Esperar pela bola para resolver os lances, não sei fazer. Preciso de estar em contacto com a bola. Tentámos algumas vezes mas não resultou verdadeiramente. No entanto, se perguntarem a 90% dos adeptos, eles vão dizer que eu merecia ter jogado mais. Enfim, é a vida», terminou.