Boa Morte adopta um discurso cauteloso relativamente à participação portuguesa nos Jogos Olímpicos. O jogador aponta que mais vale subir um degrau de cada vez: «Todos os que aqui estão estão galvanizados e gostariam de sair da prova com uma medalha. Não vamos pôr a fasquia muito alta, mas sim jogar jogo a jogo para tentar chegar o mais longe possível. Objectivo mínimo? Ainda vamos conversar com o mister. Depois traçaremos as metas para os Jogos Olímpicos. Não posso dizer que o objectivo mínimo é uma medalha só porque Portugal é uma selecção com valor. Também temos de respeitar as equipas que lá estão.
A ausência do jogador do Fulham na convocatória do Euro-2004 acabou por ser uma surpresa, já que Boa Morte foi chamado com alguma regularidade durante a preparação da prova: «Fiquei triste quando ouvi a convocatória, mas só tinha de levantar a cabeça e seguir em frente. O Euro já passou. Infelizmente, não conseguimos atingir o objectivo, mas estivemos lá perto. Foi com alguma mágoa que vi a equipa perder na final. Agora estou aqui para dignificar Portugal nos Jogos Olímpicos. Se o Mister Scolari se enganou ou não, isso é passado. Agora temos os Jogos Olímpicos e a seguir há a qualificação para o Mundial 2006. Só tenho de trabalhar no meu clube para fazer o que fiz o ano passado ou melhor.»
O extremo diz não ter sentido dilemas quando soube da convocatória para os Jogos Olímpicos, até porque é sempre um orgulho estar na selecção: «Estou aqui de corpo e alma. Falei com o meu treinador a seguir à convocatória e acertámos as coisas. Ele entendeu bem a minha vontade de estar aqui presente. Não levantou qualquer tipo de problemas. Não existe a questão da preferência, se preferia estar aqui ou no Fulham. Não me esqueço que o clube cuida de mim e que me paga todos os meses, mas existe o orgulho de representar Portugal.»