Campeão nacional em 2000/01; cinco vezes vencedor da Taça de Portugal; semi-finalista da Taça UEFA em 2002/03; duas presenças na Liga dos Campeões. Marcas lapidadas na história do Boavista Futebol, clube fundado em 1903 e a esbracejar numa tormenta aparentemente sem fim.

Em poucos anos - demasiado poucos - os adeptos axadrezados tocaram o céu dos resultados desportivos e desceram às catacumbas de uma agudizante crise financeira, servida lado a lado com uma despromoção à Liga de Honra.
Esta noite, porém, soprou uma rajada de esperança no Bessa. A Portugal Telecom associou-se ao Boavista, organizou esta partida de carácter amigável e permitiu aos axadrezados angariar cerca de 60 mil euros para os seus depauperados cofres.
A quantia, de todo insuficiente para a estabilização do clube, simboliza uma nova fase na luta pela sobrevivência. As bancadas estiveram muito bem preenchidas (cerca de 20 mil espectadores, mais de metade afectos ao Benfica), reviveram epopeias de um passado muito recente e fizeram ecoar uma fidelidade digna dos mais rasgados louvores. Os cânticos ofensivos projectados pelas gargantas do topo sul é que eram dispensáveis.
O Boavista quer sobreviver, conta com a sua massa associativa, mas precisa de muitas mais operações deste género. O passivo do clube é tumultuoso, as necessidades são urgentes e a boa vontade não chega. Esta iniciativa, porém, merece ser considerada como um excelente passo rumo a uma reabilitação que parecia perdida.