O Sporting imitou os outros dois grandes e empatou no Bessa, mantendo assim a distância relativamente aos outros candidatos ao título. Os «leões» estiveram a ganhar por 2-0, mas na segunda parte acabaram por consentir o empate, perante um Boavista que foi mais determinado e que acreditou sempre que podia dar a volta ao jogo.
Os que se costumam queixar da falta de qualidade do futebol português podem estar mais aliviados depois de uma partida emotiva; os detractores do Boavista ficaram também com menos um argumento, enquanto aqueles que ainda não confiam totalmente em Paulo Bento devem ter ficado a pensar que empatar dois jogos em que se começou a ganhar não é muito bom sinal.
Na verdade, quem começou melhor foi o Boavista, que criou as únicas oportunidades até aos 21 minutos, altura em que o Sporting, no primeiro remate que fez à baliza, conseguiu marcar. Ainda mal refeitos da surpresa, os jogadores da casa viram novamente a bola entrar, depois de um lance em que o árbitro assinalou um canto depois de a bola bater nas malhas laterais.
O que é que o banco do Boavista tem?
Os «leões» pareciam embalados para a goleada, até porque a equipa de Carlos Brito começava a acusar algum nervosismo no sector defensivo. O treinador, ainda assim, optou por arriscar, fazendo sair Rui Duarte para a entrada de William Souza. Manuel José recuou para o lado direito da defesa, mas continuou a ser um dos mais perigosos em campo.
Seria no entanto com a substituição feita ao intervalo que Brito acertaria «em cheio»: Zé Manel entrou em campo e tudo mudou. O Boavista arrancaria para uma das melhores exibições dos últimos tempos, com uma confiança, segurança e maturidade que há muito não se viam. O empate foi conseguido em onze minutos e a pressão foi tão intensa que o Sporting esteve largos minutos sem conseguir ir à baliza adversária. Paulo Bento também mexeu na equipa, mas as alterações feitas nada trouxeram de novo. Do outro lado, o técnico «axadrezado» voltou a mostrar toda a sua ousadia, retirando Manuel José para apostar em Diogo Valente que, tal como Zé Manel, entrou moralizado e determinado a ajudar a sua equipa a vencer.
Ao verem fugir os três pontos que ao intervalo pareciam ganhos os sportinguistas ainda tentaram, num último fôlego, fazer o terceiro, mas a defesa do Boavista, que no primeiro tempo teve alguns momentos de desacerto, desta vez não falhou. E só com o apito final os boavisteiros desistiram de lutar por uma vitória que mereciam. Carlos Brito acertou nas substituições, mas teve também um papel importante na forma como motivou a equipa quando as coisas estavam a correr mal e como a sossegou quando tudo parecia tão simples que a euforia poderia deitar tudo a perder. Paulo Bento continua sem ganhar em jogos do campeonato e viu quatro dos seus jogadores levarem cartões amarelos. Ainda tem muito para fazer.