Milojevic, do susto à perfeição
As crónicas de jogos recentes falavam de um guarda-redes nervoso, cheio de tremeliques e falta de confiança. Ora, no Bessa nenhuma dessas críticas foi confirmada. Muito pelo contrário. Milojevic foi absolutamente decisivo no ponto alcançado pelo Vit. Setúbal. Fez, de resto, intervenções magistrais, de elevado nível de dificuldade. Pelo ar e pelo chão, mostrou-se sempre intransponível. Aos 22 minutos, na saída a um cruzamento, bateu com a cabeça na perna de Mamadou e caiu estatelado no relvado. Perdeu os sentidos durante alguns minutos, mas recuperou a consciência ainda mais determinado.
Grzelak e Hugo Monteiro, extremos que se tocam
Se o Boavista efectuou uma grande exibição frente ao Vit. Setúbal, muito se deve à inspirada actuação dos seus extremos. Grzelak e Hugo Monteiro estiveram endiabrados no desmontar da defesa sadina. Fizeram combinações muito bonitas com os seus colegas, mostraram uma frescura física apreciável e construíram o único golo dos axadrezados. Nesse lance, aos 58 minutos, o cruzamento de Hugo Monteiro é perfeito e a cabeçada de Grzelak mortífera. Por momentos, os extremos tocaram-se.
Kazmierczak e Tiago, os durões do «miolo»
Kaz e Tiago mereciam mais. Pela disponibilidade colocada no jogo e pela qualidade que empregaram às suas acções, não mereciam a desfeita de Ayew. Aliás, à semelhança de grande parte dos seus colegas. O polaco foi um gigante na forma como recuperou bolas e municiou os três homens (depois quatro, com a entrada de Fary) mais adiantados. Tiago esteve especialmente inspirado nos passes longos e nos remates. Aos 55 e aos 61 minutos, obrigou Milojevic a duas aparatosas defesas.
Ayew, o castigador
Entrado ao intervalo, revelar-se-ia uma das figuras do jogo. Depois de vários minutos sem tocar na bola, acorreu a um cruzamento de Janício e cabeceou para o inesperado empate. O ganês tem um currículo de respeito e este golo promete muitos mais. Da sua testa saiu o severo castigo às ambições do Boavista.
André Barreto, sempre lúcido
Efectuou uma primeira parte de elevadíssimo nível. Num período em que a sua equipa parecia afundar-se em equívocos, fez questão de manter a cabeça fora dos problemas e apostar na lucidez como mecanismo de auto-protecção. Caiu na etapa complementar, principalmente a nível físico, mas saiu do Bessa como um dos melhores da sua equipa.