Jorge Simão, treinador do Boavista, reconhece que a sua equipa terá uma tarefa muito difícil perante o favorito Sporting, em Alvalade, mas avisa que só o jogo poderá confirmar o maior poderio leonino.

«Reconhecendo o favoritismo claro de uma equipa sobre a outra, também importa dizer que não há vencedores antecipados e ninguém ganha jogos antes de jogar, sendo certo que ninguém espera que o Boavista ganhe o jogo», afirmou, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.

Dito isso, Jorge Simão lembrou que «não há vencedores antecipados».

«O Sporting luta pelo título, acabou de ser apurado para a final da Taça de Portugal. Podemos especular que é uma equipa que apresenta sinais de fadiga, segundo o seu treinador, com a sobrecarga de jogos, e que se chegar ao intervalo em vantagem poderá abordar o jogo de outra forma, tudo verdades que são óbvias demais», notou.

Assim, Simão pede uma boa exibição do Boavista para trazer «algo positivo de Alvalade», rejeitando o rótulo de equipa defensiva.

«Continuo a ver a e a ouvir comentadores, jornalistas, opinadores, toda a gente, salvo raras exceções, a olhar para o Boavista 2017/18 como sendo uma equipa que defende muito, que joga em contra-ataque, que nas bolas paradas é fortíssima, muito agressiva e faltosa e resume-se a isto. Não se pode dizer que somos uma equipa que defende bem e sai em contra-ataque. É absurdo dizer isto do Boavista. Isto não invalida que amanhã o jogo não possa ter essa tendência, porque estamos falar de uma força incomparavelmente diferente», ressalvou.

Jorge Simão prosseguiu dizendo que a qualidade do Boavista ficou à vista, «mesmo contra adversários que lutam pelo título».

«Não acho que se esteja a fazer justiça aquilo que tem sido o nosso desempenho. Não tem sido o dado mérito que esta equipa merece», insistiu.

Nesta antevisão ao jogo com o Sporting, o treinador do Boavista também sugeriu um «debate muito abrangente entre os agentes desportivos que têm poder de decisão e de opinar», a propósito das desigualdades na Liga, por ter «poucas dúvidas de que entre o quarto e o quinto classificado, este ano, haverá 30 pontos de diferença».

«Temos quatro clubes ricos e depois não há classe média, é tudo a lutar uns contra os outros pela sobrevivência. Não há clubes médios, a diferença está acentuar-se e acabar a temporada com quatro clubes destacados e os outros clubes a 30 pontos dá que pensar», sustentou Jorge Simão.

Para este jogo, o Boavista não pode contar com David Simão, castigado, e Bulos e Sparagna, lesionados, sendo que o central francês ressentiu-se de um problema no joelho direito que, «muito provavelmente», de acordo com Jorge Simão, o obrigará a ser operado.