Rhys Griffiths é, antes de mais, bombeiro. Ganha a vida a apagar fogos, arrombar portas quando alguém se esquece das chaves e tirar animais de estimação de topo de árvores. É um belo bombeiro, garante, mas ainda tem tempo para marcar golos nos tempos livres. Marcou 40 no campeonato do País de Gales e pode apresentar-se como o melhor goleador de toda a Europa.
Em entrevista ao Maisfutebol, Griffiths apresenta-se aos adeptos do futebol no Velho Continente, conservando a modéstia de quem pratica o desporto como semi-profissional. Tem mais golos que Cristiano Ronaldo, Huntelaar, Luís Fabiano, Torres, Adebayor ou Guiza, mas a tabela de coeficientes da UEFA atira o galês para a sexta posição na corrida à Bota de Ouro.
«Penso que essa questão do coeficiente é justa, não posso criticar. Se calhar, é algo exagerado os meus só valerem por um e os golos de outros valerem por dois, podia ser mais equilibrado, mas aceito perfeitamente. Na Premiership inglesa, por exemplo, a época é mais longa, têm mais jogos, portanto têm mais desgaste», começa por dizer.
40 golos como cartão de visita
O Llanellia agredeceu os golos de Rhys Griffiths e conquistou o título de campeão nacional. O avançado marcou mais dois golos no último fim-de-semana e encerrou a sua contabilidade: «Já acabou o campeonato, no último fim-de-semana, portanto já não posso marcar mais golos para a Bota de Ouro. Fiquei nos 40, marquei dois no último jogo. Agora, temos três jogos para disputar, mas relativos a taças aqui de Gales.»
«Ao serviço do Llanellia, onde cheguei em 2006, marquei 101 golos em 95 jogos. Agora já tenho 28 anos, penso que será das últimas oportunidades para assinar um contrato profissional, jogar fora do País de Gales. Sei que agora estou a ter esta fama e isto pode passar rapidamente, mas se não conseguir sair, vou continuar a ajudar o Llanellia a vencer títulos», garantiu.
Bombeiro durante o dia
Griffiths apaga fogos durante o dia e dispara para as balizas contrárias ao final da tarde. Aliás, estava a trabalhar quando tirou uns minutos para falar com o Maisfutebol. «Trabalho em Cardiff, a cidade onde nasci como bombeiro, a tempo inteiro. Sou bombeiro profissional, recebo por isso, e depois pratico futebol em part-time», explicou.
O avançado defendeu ainda a integração de clubes como o Cardiff no campeonato galês. «Clubes como o Wrexham, o Swansea e o Cardiff jogam nos campeonatos ingleses e estamos todos felizes por ver o Cardiff na final da Taça da Inglaterra, mas penso que não será justo eles irem às competições europeias em representação de Inglaterra, mesmo se a UEFA autorizar. Gostava que viessem disputar o campeonato do País de Gales», concluiu.