Depois da queda, o renascimento. A Chapecoense regressou esta sexta-feira aos trabalhos, numa manhã de emoções na Arena Condá, casa de um clube que, aos poucos, reconstrói o que, de súbito, se desmoronou.

Melhor suporte não haveria, pois, senão o defesa central Hélio Neto, um dos sobreviventes do acidente aéreo que vitimou grande parte do plantel e equipa técnica do emblema de Chapecó. Dia a dia, aos poucos, o jogador do Verdão do Oeste vai recuperando. Hoje, de muletas, foi uma das vozes de comando da nova era do clube catarinense.

De camisola ao peito, Neto falou com os companheiros de equipa e deu o mote para o início da época. «Este grupo está à disposição dos nossos adeptos para que possam voltar a ter esse prazer, alegria e esperança de voltar a ver a Chapecoense entre os melhores», referiu o central.

Neto admitiu que «depende de toda a gente» e que o regresso lhe dá forças após o trágico acidente de Medellín. «Preciso de recuperar a minha saúde e a minha mente também. Estar aqui [na Chapecoense] é o que me dá força. Ou melhoro e represento os colegas da forma que eram ou vou afundar-me numa depressão», admitiu Neto.

Plínio Nês, presidente da Chapecoense, falou num «dia de ressurgimento» e destacou a presença do jogador. «O Neto simboliza tudo: atleta, chefe de família, homem que sobreviveu a uma tragédia e já de pé aqui connosco», realçou.

Numa fotografia publicada na conta oficial do Twitter, a Chapecoense mostra Hélio Neto a falar com alguns dos jogadores promovidos à equipa principal:

Rui Costa, diretor executivo da formação de Chapecó, foi outra das vozes de comando a dar o pontapé de saída para o recomeço. «Honrar os legados que foram deixados» foram as palavras de ordem dadas pelo líder. Costa salientou a presença de Neto, num momento que motivou os aplausos da comitiva do clube na apresentação oficial:

Com Vagner Mancini ao leme, a Chapecoense iniciou os trabalhos com 30 jogadores, que já treinaram na manhã desta sexta-feira. A preparação da pré-temporada, contudo, pode trazer alterações na constituição do plantel.

Recorde-se que Neto, Alan Ruschel e Jackson Folmann foram os três jogadores sobreviventes da Chapecoense no acidente aéreo. Se os dois primeiros devem voltar à competição em 2017, Folmann teve uma perna amputada e não voltará a jogar.

Também o jornalista Rafael Henzel, sobrevivente no voo da Chapecoense, se manifestou perante o início dos trabalhos do clube, com uma publicação no Twitter:

O dia um está aí. Os primeiros passos estão dados. A Chapecoense segue o seu caminho.