Senador Romário, deputado Bebeto, deputado Mário Jardel. O Brasil foi a votos e na imensa maratona eleitoral couberam nomes famosos do desporto. Alguns já se tornaram políticos de carreira, para outros foi novidade. E nem todos conseguiram transformar a popularidade nos relvados em votos suficientes para serem eleitos.

O campeão deste jogo foi Romário. Ao fim de quatro anos como deputado estadual pelos socialistas brasileiros, o Baixinho recebeu nada menos que 4,6 milhões de votos, 63,4 por cento do total para o cargo de senador pelo Rio de Janeiro. Tornou-se, conta a Folha de São Paulo, no senador carioca mais votado nas últimas três décadas.

Ele não entrou para perder. O antigo campeão do mundo nunca entra, aliás. «Só entro em algum tipo de competição onde tenho no mínimo 50 por cento de chances de vencer», disse, já depois de conhecido os resultados.

Durante o mandato anterior, Romário não foi discreto. Ele foi uma das principais vozes críticas, nomeadamente, em relação aos gastos do Brasil no Mundial 2014. Pai de uma menina portadora de Trissomia 21, também foi uma voz ativa na chamada de atenção para essa questão.

Nem com o seu partido Romário teve uma relação pacífica. Depois de ter chegado a abandonar o PSB, regressou, mas na noite das eleições ajustou contas. «A relação com o meu partido não é das melhores. Tem muita coisa para ser conversada», disse, também citado pela Folha: «Aconteceram coisas fora do que eu havia acordado.»

Dupla no relvado, caminhos paralelos também fora dele, Bebeto foi outro antigo avançado da seleção brasileira reeleito, neste caso como deputado, pelo SD, o partido Solidariedade. Teve qualquer coisa como 61 mil votos.

O segundo antigo desportista mais votado, segundo o levantamento feito pelo Globoesporte, foi o antigo guarda-redes Darnlei. É também uma reeleição para o antigo ídolo do Grémio, que já tinha sido escolhido para deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 2010. Entretanto trocou de partido, do PTB para o PSD, e fez dupla com outro ex-gremista, sim, mas que foi também uma figura do futebol português: Mário Jardel.





Aos 41 anos, no meio de uma vida pós-futebol errática e marcada por adições que o próprio já assumiu, o avançado voltou a aparecer em público, a pedir que votassem nele. Na campanha teve nomes como Luís Felipe Scolari a apoiá-lo, mesmo que as suas ideias para o futuro do Brasil não fossem muito claras.

Correu pela net uma entrevista que deu ao jornal Zero Hora, na qual explicava que decidiu candidatar-se porque lhe «faltava ocupação».



Seja como for, Jardel centroavante (como aparecia nos cadernos eleitorais), o candidato 55016, foi eleito deputado estadual, para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Entre os antigos desportistas que falharam a eleição estão Marcelinho Carioca, que ficou aquém dos votos necessários em São Paulo, ou Roberto Dinamite, antigo avançado que já há muito assumiu o fato e gravata como uniforme. Já teve vários mandatos como deputado, além de ser presidente do Vasco da Gama.