Marcelinho Carioca, antigo internacional brasileiro e um dos maiores ídolos do Corinthians, emocionou-se ao fazer um relato das 36 horas em que esteve sequestrado pelo marido de uma mulher com a qual alegadamente se terá envolvido numa festa.

O antigo jogador, agora com 51 anos, em entrevista ao programa Fantástico da Globo começa por recordar os primeiros passos das muitas horas de terror que começaram a 16 de dezembro quando foi visitar a amiga Taís Alcântara com quem nega ter qualquer envolvimento amoroso. «Fui encapuçado e o cara já veio apontando uma arma. Eu, desesperado, disse “não, por favor, sou o Marcelinho Carioca"», começa por contar.

Marcelinho ficou retido no carro onde também estava a amiga Taís, no banco de trás, e os sequestradores começaram por lhe pedir os cartões de crédito, os respetivos códigos e também o acesso ao telemóvel. «Me deram uma coronhada. A todo o momento aquele apavoro. “A gente quer dinheiro. Impossível não ter dinheiro nessa conta. Jogador tem grana”», prossegue Marcelinho.

O antigo jogador e a amiga foram, depois, levados, para um cativeiro e continuaram a receber ameaças, sempre com armas apontadas. «”Já brincou de roleta-russa?” E girava [o canhão da pistola]. Você ouvia girando, mas não via nada. Aí colocaram uma arma por baixo da toalha. Ninguém falava. Não trocava ideia, com medo», revela.

Marcelinho recorda também o momento em que foi resgatado pela polícia. «A gente começou a escutar o helicóptero (da polícia). Aí alguém já chegou e falou: “A casa caiu”. Veio um policial sozinho. Ele chegou no portão e falou: “Vou entrar. Abre”. Eu não sabia quem estava vindo. E falei: vão atirar na gente, vão matar a gente. Baixei a cabeça: "Senhor, não deixa, não deixa"», conta o antigo jogador.

Marcelinho só respirou de alívio quando o polícia se identificou. «Vem. Vem que você está livre, disse ele. Abracei-o como meu pai, meu irmão, meu amigo. Porque ele arriscou a vida dele», contou ainda Marcelinho muito emocionado.

A amiga Taís também recordou o momento da libertação. «Quando o policia chegou, eu estava em choque de ver que aquilo estava realmente acontecendo, porque não são todos que conseguem sair vivos de uma situação dessas», destacou.

A polícia deteve quatro dos sequestradores, mas procura ainda outros seis membros da quadrilha.