Ronaldinho Gaúcho não compareceu na passada terça-feira a uma comissão da Câmara dos Deputados do Brasil que investiga fraudes com criptomoedas através de «pirâmides financeiras», assunto pelo qual o antigo jogador responde perante a Justiça.

O antigo craque brasileiro tinha sido convocado para depor, mas faltou sem dar explicações, apesar dos seus advogados terem obtido uma medida cautelar no Supremo Tribunal Federal que lhe permitia manter-se em silêncio perante os deputados para não se incriminar.

O deputado Aureo Ribeiro, presidente da comissão, anunciou que Ronaldinho já foi convocado para a próxima quinta-feira e avisou que, em caso de nova ausência, ordenará à polícia que o transfira com «o uso da força» para Brasília para prestar depoimento.

O antigo jogador do PSG, Barcelona e Milan é suspeito de ter participado numa burla atribuída à empresa «18kRonaldinho», que oferecia enormes e falsos lucros de mais de 2 por cento por dia a quem investisse um mínimo de 30 dólares (27 euros) em moedas virtuais.

A empresa, na qual o ex-futebolista aparecia como «embaixador», foi inicialmente criada como uma empresa de comércio de relógios e joias, mas, segundo o Ministério Público, afastou-se gradualmente desse negócio e começou a concentrar-se na pirâmide financeira com criptomoedas.

A defesa de Ronaldinho alegou que este foi, de facto, uma «vítima» dessa empresa, que utilizou a sua imagem e o seu nome de forma ilegal, sem a devida autorização.

O caso foi revelado pelos clientes da empresa que, numa ação civil coletiva, pediram 300 milhões de reais (56,5 milhões de euros) por danos morais e materiais.