Após a derrota com o Santos na primeira mão da final do Campeonato Paulista, Abel Ferreira voltou a chamar a atenção para o calendário desajustado no futebol brasileiro.

O treinador do Palmeiras lembrou que a sua equipa teve, entre a meia-final e o jogo deste domingo, menos um dia para se preparar e que na próxima semana continuará a ter problemas, já que pelo meio tem um jogo na Argentina com o San Lorenzo para a Libertadores enquanto o Santos terá uma semana inteira para se preparar para o jogo decisivo do Paulistão.

«A federação paulista definiu com tem de ser feito, quando eram os jogos da meia-final, quando é que o Palmeiras tinha de jogar, quando é que o Santos tinha de jogar. Pergunto se podíamos jogar os dois no mesmo dia, um às 18h00 e outro às 21h00. Mas o calendário está como está: é igual ao do ano passado. O jogo acabou agora, perdemos a primeira parte e temos outro jogo a meio, enquanto o nosso adversário vai continuar focado. Vamos avaliar a partir de agora e só depois vamos preparar o jogo seguinte», disse após ser questionado sobre a gestão física dos jogadores na próxima partida.

Abel reconheceu que os jogadores do Palmeiras não estiveram tecnicamente ao nível habitual e justificou que isso se deveu muito à falta de frescura física e mental e aconselho as instâncias que tutelam o futebol brasileiro, nomeadamente a CBF, a olharem para bons exemplos.

«Vocês viram ainda agora o Guardiola queixar-se de que tem dois dias [n.d.r.: para preparar o jogo da primeira mão dos quartos de final da Champions entre o Manchester City e o Real Madrid], enquanto a Federação espanhola deu nove dias para o Real Madrid se preparar», apontou.

«Alguns de vocês estava na última coletiva e ouviram o treinador adversário dizer que era uma vantagem [ter mais tempo de recuperação]. Não fui eu que disse. Foi ele. É inteligente e pessoas inteligentes percebem a diferença que faz ter dois dias de recuperação ou três. O que eu mais falo e peço à Federação Paulista e à CBF quando temos reuniões é que deem três dias para todos e que para todos seja igual. Se tiverem de ajustar os calendários, que se ajuste», apelou ainda.