Neymar revela que a sua carreira quase terminou no Mundial de 2014, quando se lesionou numa entrada de Zuniga. O brasileiro confessou, em entrevista ao The Players Tribune, conduzida por Gerard Piqué, que só chorava na semana que se seguiu, naquele que foi o pior momento que viveu na seleção.

«O meu melhor momento da Seleção Brasileira, eu acho que é agora», começou por dizer, recuando depois a 2014. «A lesão foi o meu pior momento por causa da semana que passei e tudo isso. Eu só chorava em casa. Eu via minha mãe e meu pai a chorar, toda a gente triste, os meus amigos, família. Esse para mim foi o pior momento».

O avançado brasileiro explicou que na altura não se apercebeu da gravidade da lesão. «Quando ele [Zuniga] me atacou, senti uma reação. Tentei levantar-me. Doia-me muito e lembro-me que estava com a cabeça no chão. E o Marcelo a dizer: “chamem os médicos”. E eu disse: “não, não, eu quero jogar”, porque eu queria marcar», contou.

Mas depois começou a ter noção da realidade. «Mas eu não conseguia levantar as pernas. Não conseguia mexer as minhas pernas. O médico tirou-me e comecei a chorar porque estava a doer muito. Então fui para o hospital do estádio. Eles deixaram-me lá. Lembro-me que estava com a perna dobrada, e quando tentei esticar… Foi aí que entendi que não tinha como continuar», contou.

No hospital recebeu duas notícias. A má é que o Mundial tinha acabado para ele. «A boa notícia é que vai continuar a andar, mas dois centímetros ao lado e acabava-se o futebol».

Para Neymar, aquele Mundial foi «uma porcaria». E nem tem a ver com a goleada à Canarinha, a que escapou por causa da lesão. «Para mim, foi mau. Prefiro perder de 7-1 do que lesionar-me. Mas eu estava de fora [da meia final] sem querer estar».