Abel Ferreira era um homem naturalmente satisfeito e orgulhoso após a vitória do Palmeiras sobre o Botafogo, num jogo em que o conjunto paulista esteve a perder por 3-0 e acabou por ganhar por 4-3.

«Só há uma equipa no Brasil capaz de fazer o que nós fizemos aqui, gostem ou não, ganhemos títulos ou não: é a nossa. Esta equipa mostrou mais uma vez a mentalidade e a força que tem. Foi uma vitória importante, o objetivo não se vai alterar: é jogar para ganhar, um jogo de cada vez», afirmou o treinador na conferência de imprensa.

«É um jogo que vai ficar nas nossas memórias: na minha, seguramente. Até nos treinos acreditamos que é possível virar jogos de 6-0 para 8-7 e isso depois passa para o jogo», acrescentou o treinador português, que admitiu ter cometido um erro tático na primeira parte, situação que fez com que os jogadores do Palmeiras não conseguissem encaixar nas marcações e que foi corrigida ao intervalo. «Foi mágico, mesmo. Com toda a sinceridade, se fosse na segunda parte eu não conseguiria fazer nada. Íamos morrer todos abraçados: 3, 4 5. (...) Se não houvesse intervalo, eu não tinha como ajudá-los. Não conseguimos encaixar na marcação. O adversário estava fluido.»

«Foi um espetáculo, é isto que as pessoas querem. Foi emoção do primeiro ao último segundo. As minhas filhas ligaram-me e disseram-me: 'Isto assim não dá, a jogar assim o Palmeiras dá-nos cabo do coração.' «Filha, isto é o Brasil e é assim que a coisa funciona», partilhou.

A vitória sobre o Botafogo permite ao Palmeiras colocar-se a três pontos do líder do Brasileirão e reativar a esperança na defesa do título. Abel vai com calma: «Não vou alterar o que disse há uma volta quando o Botafogo ganhou em nossa casa, quando disse que o Botafogo tinha tudo para ser campeão. É a única equipa que depende de si própria para ser campeã. Tem essa vantagem e isso eu não vou alterar. Vamos procurar fazer os nossos jogos, temos saídas difíceis. (...) Quem conhece o Brasileirão, sabe que cada jogo é de tripla. Não vou mudar o discurso. Entendo o que vão dizer, os jornalistas vão começar agora a dizer 'o Palmeiras, o Palmeiras'. Os mesmos jornalistas que disseram que o Palmeiras estava morto e que depois influenciam as nossas massas que criticam os jogadores e o treinador», disparou.