Manuel Cajuda, treinador da U. Leiria, no final da derrota, em casa, com o Olhanense, esta segunda-feira, no encerramento da 21ª jornada:

«Quando se perde, não é fácil fazer grandes comentários. Entrámos intranquilos no jogo. Para quem jogou futebol, talvez se possa justificar, por motivos que não vale a pena agora falar. Não devia existir, mas não a conseguimos afastar. A esta equipa acontece tudo. O primeiro golo é fora-de-jogo. Não tenho dúvidas. Acabo de ver as imagens. Mas não culpo o árbitro, sou até muito amigo dele. Fomos recuperando, apesar de não jogarmos bem, com os jogadores a fazerem grandes sacrifícios e a tentarem reabilitar-se. Na segunda parte recuperámos, fomos melhores, estávamos muito mais próximos do 2-1 e, mais uma vez, acontecem coisas que não merecemos. Se o árbitro tivesse marcado a falta primeiro sobre o Djaniny... depois, sofremos o 1-3 e acaba por ser um resultado que não me parece justificado. E ainda houve lesões, o Marco Soares cedeu porque fez uma grande viagem a meio da semana... Ficou tudo na mesma, com mais um jogo.

[Está mais difícil a manutenção?] Dificuldades tem toda a gente. Enquanto nos deixarem lutar, vamos fazê-lo, mas não é fácil. Temos de recuperar dois pontos para as duas equipas que estão à nossa frente. Sobre uma, até estamos em vantagem, a outra ainda tem de vir cá. Não é um quadro animador, mas podia ser pior. Se todos dermos as mãos, é possível. Há exemplos positivos disso, desde o F.C. Porto, que recuperou oito pontos em 15 dias. O V. Setúbal também era último e em dois jogos modificou tudo. Deixar de lutar é coisa que não me apetece fazer. A vida é feita mesmo para isso. Um dia hei de ter sorte. Por muito longa que seja a noite, o dia acaba por nascer. Um desertor nunca ganha uma guerra, nem a perde. Desaparece. Um dia, hei de jogar mal e ganhar. Um dia, sem querer, a sorte há-de bater-me à porta.»