O Olhanense disputa no próximo domingo em Barcelos, com o Gil Vicente, um jogo importante na luta pela manutenção, diante de uma adversário direto. Manuel Cajuda eleva a importância da partida mas não lhe confere um grau decisório na batalha pela sobrevivência.

«Todos os jogos são importantes¿ este é o próximo, e por causa disso, é o mais importante. Os indicadores que tenho da equipa são que, mesmo não ganhando, está cada vez mais forte. Olhando ao nosso trabalho, estamos agora, provavelmente, em condições de começar um campeonato e, infelizmente, estamos no final. Temos sobrevivido e lutado contra todas as dificuldades e temos superado quase todas. É um jogo muito importante, muito importante mesmo! Não é decisivo, temos ainda doze pontos por disputar e dois jogos em casa. E as dificuldades são as mesmas para cinco ou seis equipas. A última exibição do Olhanense deixou-me satisfeito, e o resultado não foi um pouquinho melhor do que foi, não por culpa do Olhanense, mas por fatores estranhos», acusa.

«Não houve cuidado e a nomeação foi, no mínimo, interrogativa. O árbitro era do Porto, e o Moreirense pertence à Associação de Futebol do Porto. Um auxiliar era de Coimbra e outro de Aveiro, quando estamos em luta com a Académica e o Beira-Mar. Podiam colocar alguém do Algarve como quarto árbitro e assim ficava equilibrado¿. Não vou pelo caminho da suspeição fácil, mas deveria ter havido melhor cuidado nessa nomeação, porque são nomeações dessas que depois geram conflitos que provocam afirmações, discussões e alguma raiva. Acredito que um árbitro auxiliar deixe passar um fora-de-jogo por não ver, mas o que me machucou no jogo com o V. Guimarães ¿ clube que não tem nada a ver com isto ¿ foi que o árbitro auxiliar viu uma coisa que não existiu, e isso é complicado. Deixar passar um fora-de-jogo é um erro, porque não viu. Agora, marcar uma coisa que não houve, isso é que é muito difícil de entender», especificou.

O treinador do Olhanense tem a meta traçada, por isso, qualquer ponto que venha a conquistar, será valorizado. «Ganhar é sempre melhor, mas o campeonato não acaba aqui. Tinha feito umas contas antes do jogo com o V. Guimarães e que, apesar da derrota, ainda se mantém: se fizermos cinco pontos até final faremos 26, e penso que serão suficientes. O campeonato vai ser decidido até à última jornada e não há ninguém que diga que se ganhar nesta jornada, resolve os seus problemas. Mas é evidente que quem ganhar fica muito melhor», admite.

Dos 21 pontos que tem atualmente, 12 foram conquistados fora-de-casa. Uma situação analisada pelo treinador dos algarvios. «Tem sido complicado vencer em casa nos últimos anos, e isso é um facto que ainda não foi modificado e há muitas razões para isso. O (Jorge) Jesus, depois do jogo em Olhão, disse que, neste campo, muito dificilmente o Olhanense conseguiria vencer um jogo, e nós temos que arranjar soluções para isso. Ainda somos os melhores dos últimos quatro, em relação a derrotas fora de casa e esse é um fator a que nos podemos agarrar. Não é pelo campeonato que estamos a fazer fora, que estamos a ter dificuldades. Não vivo de vitórias morais, mas nos últimos dois anos ninguém viu o Olhanense jogar tão bem em casa, como no jogo com o V. Guimarães. A equipa está muito forte fisicamente e tem princípios culturais de um jogo que os consegue cumprir e é forte nas deambulações estratégicas. Temos sofrido muitos golos devido a erros individuais e temos que corrigir isso. Os nossos centrais são muito competentes mas também muito jovens, os nossos defesas esquerdos são adaptados, e desde que cheguei tenho quase sempre que mudar 50 ou 75 por cento da defesa», referiu ainda.