A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta quarta-feira, em reunião extraordinária, o Plano de Pormenor Alvalade XXI, que abrange a construção do pavilhão multi-desportivo do Sporting e a conclusão do desenho da rede viária de acesso ao estádio e Interface do Campo Grande. A decisão foi aprovada com as abstenções do CDS-PP e do PCP e sem a participação do vereador social-democrata Pedro Santana Lopes (ex-presidente do Sporting).

Segundo a Lusa, a oposição criticou «mais um acordo com o Sporting», enquanto o presidente da câmara, António Costa, disse tratar-se apenas da conclusão de um processo que já vinha a ser negociado há bastante tempo.

O pavilhão, que vai acolher as competições das modalidades amadoras leoninas, será edificado nos terrenos do antigo estádio José Alvalade e deverá estar pronto em 2012.

A construção do pavilhão e a elaboração do Plano de Pormenor Alvalade XXI por parte da Câmara de Lisboa fazem parte do acordo entre a autarquia e o Sporting aprovado em Janeiro pela Assembleia Municipal e que prevê o pagamento ao clube de 18 milhões de euros em edifícios a reabilitar. Este acordo culminou um longo processo entre as duas partes, depois de um Tribunal Arbitral ter decidido, em Setembro de 2008, que o Sporting tinha direito a 29 mil metros quadrados edificáveis, como sempre alegou, bem como a não obrigatoriedade do clube de Alvalade ceder terreno para espaços verdes.

Nesse protocolo estava previsto o Plano de Pormenor Alvalade XXI, contemplando a instalação do pavilhão, com uma área de implantação de 4500 metros quadrados e uma área de construção de uso desportivo de 9000 metros quadrados. Em contrapartida, o Sporting reconheceu que o valor de compensação desses 9000 metros quadrados é de três milhões de euros e cedeu à CML parte da parcela, para utilização como «espaço público verde».

Esses três milhões são assim descontados no valor dos 29 mil metros quadrados, avaliados em 21 milhões de euros, razão pela qual a autarquia terá ainda de pagar ao Sporting 18 milhões, parte deles a pagar em imóveis para recuperação e outra em três tranches monetárias.