A final do Campeonato de Portugal, no Jamor, partia com uma premissa interessante para as duas equipas: qualquer que fosse o resultado, as duas equipas – Mafra e Farense – iam para casa na mesma satisfeitas porque o objetivo da época, a subida de divisão, já havia sido garantido há duas semanas. Ainda assim, ninguém gosta de perder e mérito para o Mafra que teve a sorte e o mérito de colocar a cereja no topo do bolo para a equipa do concelho do distrito de Lisboa.

Ainda muitos adeptos entravam nas bancadas e já o marcador da partida mexia: Fábio Gomes aproveitou a passividade da defensiva do Mafra e cabeceou para o fundo das redes após um cruzamento de Neca.

O Mafra sentiu o golo e durante algum tempo não conseguiu assentar o seu jogo. Algumas tentativas de remate, maioritariamente de fora de área, mas nada que levasse perigo à baliza de Miguel Carvalho. O Farense, por sua vez, sentia-se confortável no jogo. Sem forçar muito o ataque, os algarvios estavam sempre à espreita do erro do adversário e aqui e ali tentavam algumas transições rápidas.

E tudo Rodrigues mudou

Na segunda parte o técnico do Mafra, Luís Freire, lançou Rodrigues para a frente de ataque da sua equipa e o jogo mudou. Logo nos instantes iniciais da etapa complementar o avançado mostrou ao que ia, desferindo um belo pontapé de fora-de-área que por pouco não empatou a partida, mas à entrada para os últimos quinze minutos, o avançado desferiu o golpe que viria a mudar o rumo da partida: aproveitou um belo passe de Marco Aurélio e à saída do guardião farense, atirou a contar e restabeleceu a igualdade.

Viviam-se uns minutos loucos no encontro e logo a seguir, penálti para o Farense: o mesmo Rodrigues que tinha empatado a partida cometeu penálti, para desespero dos cerca de três mil adeptos que vieram de Mafra até ao Jamor. No entanto, o experiente Jorge Ribeiro desperdiçou a soberana oportunidade e galvanizou ainda mais o conjunto de Luís Freire.

O conjunto de Faro sentiu muito o golo sofrido e a grande penalidade desperdiçada e o Mafra acabou mesmo por chegar à vitória, mesmo em cima do apito final.

Aos 90+4, no último lance da partida, Mauro bateu um livre para a cabeça para a área, Juary antecipou-se a toda a gente e fez explodir de alegria toda a comitiva do Mafra, desde jogadores a adeptos. No fim, cereja no topo do bolo para os homens de Luís Freire, que levantaram o «caneco» do Campeonato de Portugal.