Carlos Fernandes, lembra-se, caro leitor? Guarda-redes angolano, 38 anos, carreira vasta em Portugal. No seu currículo contam-se passagens pelo Boavista, Rio Ave, Feirense, Moreirense, entre outros, além de algumas aventuras no estrangeiro, nomeadamente no Steua de Bucareste, da Roménia, e no Bucaspor, da Turquia.

Atualmente ao serviço do Vilafranquense, clube no qual se formou como jogador de futebol, o guardião teve uma tarde para esquecer no passado sábado, no jogo da primeira-mão da meia-final do Campeonato de Portugal, frente ao Farense, no Algarve.

Tudo porque, além de ter sido derrotado por 3-0, Carlos Fernandes perdeu os sentidos, com uma rápida intervenção do árbitro da partida a evitar possíveis males maiores. 

Corria o minuto 52 do encontro quando, num ataque do Farense, Carlos Fernandes calculou mal uma saída dos postes da baliza e acabou por chocar com um adversário e com um colega de equipa.

«Foi um lance normal, choquei com o avançado adversário e com um colega de equipa, mas quando caí embati com a cabeça no chão», começa por dizer ao Maisfutebol o internacional angolano. «O árbitro foi a primeira pessoa a aperceber-se que eu não me levantava e auxiliou-me logo. Desenrolou-me logo a língua [por causa do possível risco de sufocar] e pouco depois recuperei os sentidos com ele ao lado, além do médico do Vilafranquense e o do Farense, que também tinha vindo socorrer-me.»

Carlos Fernandes recuperou então a consciência, mas o mal estava feito: o Farense tinha aumentado a vantagem para 2-0. «Quando sofremos o terceiro golo, olhei para o placard para ver quanto tempo de jogo ainda faltava e só aí é que me apercebi que já estava 3-0, não me lembrava de ter sofrido o segundo golo», contou, confessando ainda que sentiu tonturas durante o resto do jogo.

Uma situação que já não é nova para o guarda-redes do Vilafranquense mas que, ainda assim, assumiu contornos inéditos: «Já tinha acontecido perder os sentidos por três vezes durante um jogo, mas em todas elas acordei só no hospital, nunca tinha recuperado os sentidos de forma tão rápida.»