Fernando Pimenta assumiu que a medalha de prata de K 1.000 metros conquistada neste sábado nos Mundiais de canoagem de Racice, na República Checa, constituiu um «misto de sentimentos».

«É a alegria da medalha, de ser vice-campeão do Mundo. E a angústia de não ter conseguido ser campeão do Mundo. Fiquei a 239 milésimos da medalha de ouro. Só tenho de estar de consciência tranquila. Tenho a certeza de que eu e o meu treinador fizemos o possível para um bom resultado», afirmou em declarações reproduzidas pela Agência Lusa.

O canoísta português foi ultrapassado muito perto do fim pelo alemão Tom Liebscher, que encetou uma recuperação notável na aproximação à meta.

Esta foi a segunda medalha individual de Pimenta (e quarta no total) de Pimenta em Mundiais, ele que já tinha sido bronze na mesma distância em 2015. O representante nacional atingiu ainda o melhor resultado de sempre alcançado por um português em K1.

«O objetivo era tentar igualar o feito de 2015 no apuramento olímpico com medalha de bronze. Felizmente conseguimos melhorar esse resultado. Acho que é muito bom», aligeirou o português, sem disfarçar que tinha os olhos postos no ouro.

Pimenta, que nos metros finais estava na luta com o atleta da casa, o checo vice-campeão olímpico Jozef Dostal, admitiu que foi surpreeendido pela recuperação do alemão na ponta final. «Não tinha a noção do resto, estava focado na minha prova. Só a partir dos 500 metros vi que estava alguém ao meu lado, o checo. Tentei acelerar para tentar forçar, pois sabia que ele podia ser mais rápido no fim. Nos metros finais ganhei-lhe terreno e tentei dar o máximo e não desequilibrar, pois as forças já não eram muitas. Infelizmente não me apercebi do atleta alemão...», lamentou.

Fernando Pimenta competiu numa das pistas exteriores (6), factor que diz ter condicionado o controlo dos adversários. Ainda assim, destacou mais um feito para a canoagem portuguesa. «Nunca chego a ter noção dos resultados que consigo, porque queremos sempre mais e melhor. Sabemos o nível de dificuldade e exigência que isso acarreta, mas queremos sempre mais. Esta seleção tem atletas e equipa com ambição e queremos sempre resultados, e se possível vencer. Agora é descansar e estar na máxima força no K1 5.000 de domingo», prosseguiu.

Fernando Pimenta acredita que o registo de 69 medalhas que tem na carreira em provas internacionais pode ser ampliado já no domingo. «Gostava de conseguir esse feito. Setenta medalhas internacionais seria um marco muito importante para a canoagem portuguesa e para o desporto nacional. Está tudo em aberto. Somos mais de 30 atletas, será muita emoção e adrenalina. Vou tentar andar na frente e fazer boa gestão de prova, tentar alguma sorte nas rodagens para não ficar fechado e evitar toques nas traseiras que me possam tirar da linha da frente», concluiu.