Carlos Azenha, treinador do Portimonense, em declarações após a derrota na recepção ao Sp. Braga por 0-3:

A crónica do Portimonense-Sp. Braga

«Antes do jogo, tinha dito aos jogadores que tínhamos definido três pacotes de jogos, divididos em três terços da segunda volta, ou seja, com grupos de cinco jogos. O plantel sabe que objectivos temos definidos para cada pacote. Este jogo não era e continua a não ser do nosso campeonato. Não implica que não tentássemos ganhar, mas sabíamos que era difícil, contra uma equipa em crescendo e com jogadores talentosos. Conseguimos equilibrar na 1.ª parte, com a estratégia que montámos e o adversário teve dificuldade em penetrar nas nossas linhas. Fomos infelizes nas transições, poderíamos ter marcado se elas tivessem funcionado bem. Na segunda parte foi um jogo completamente diferente, o Braga foi bastante superior, o Portimonense desorganizou-se em dez minutos, sofreu dois golos de uma assentada e foi fácil aos jogadores do Braga gerir o resultado.»

Espera reajustes no plantel?

«Enquanto os jogadores não assinarem contratos¿ André Vilas Boas dado como certo? Certo não está, é uma forte possibilidade. Tinha dito e mantenho o discurso: quando aceitei este projecto, aceitei pela relação que tenho com o presidente. É um projecto difícil mas acredito que vai chegar a bom termo. Espero que os adeptos percebam que, além dos reajustamentos que vamos ter de fazer, estamos a jogar sem o factor casa. A nossa casa tem sido um factor neutro, as equipas adversárias chegam aqui e jogam sem qualquer pressão.»

«Terão de sair jogadores para abrir vagas. Como as pessoas sabem, não abunda dinheiro no Portimonense. Temos de partir para contratações com custos que correspondam aos compromissos e não os ultrapassem. Não se pode ir buscar jogadores sabendo que não se pagam três ou quatro meses. Têm existido algumas hipóteses que, por razões financeiras, não têm sido possíveis.»

Sente a pressão dos adeptos?

«Quem anda na vida do futebol e fica preocupado com a pressão, mais vale não andar. As pessoas têm de ser coerentes, o Portimonense já estava onde estava quando aqui cheguei. O Portimonense não merece perder com o Vit. Setúbal. Fiquei triste pelo jogo do Setúbal, mas acho que não merecemos perder. Hoje, claramente, a equipa na primeira parte conseguiu conter o Braga mas na segunda em nenhum momento mereceu empatar ou ganhar.»

Como comenta a atitude do Pedro Silva quando saiu?

«Vamos falar internamente, não merece nenhum comentário especial. Houve dois momentos em que parou, alongou, dava ou não dava... A determinado momento estava a passo. É caricato ouvir comentários dos adeptos que pediram para tirar quando não andava e depois já protestaram porque não era para sair porque já estava a andar. Era um jogador sem capacidade física e decidi tirá-lo do campo. A dez segundos do final, se é castigo? Não estamos aqui para castigar ninguém. A decisão foi tomada a três minutos do final e estávamos à espera da bola sair. Quando saiu, fez-se a substituição.»