Deco falou sobre o caso de que foi protagonista no Mundial 2010 e deixou acusações fortes a Carlos Queiroz. O médio, que abandonou a selecção após o Campeonato do Mundo, diz que o treinador quis mandá-lo embora e que é «uma pessoa falsa».

«Não quero falar muito sobre Queiroz, porque bater em mortos é complicado. Seria fácil falar agora dele», começou por dizer Deco, em entrevista ao jornal «Record», para depois revelar no entanto a sua versão dos acontecimentos após o jogo de estreia de Portugal no Mundial, com a Costa do Marfim (0-0). Deco disse na altura que as substituições operadas pelo seleccionador «não foram as melhores» e veio depois pedir desculpa por essas declarações, no site da Federação e em conferência de imprensa. Não voltaria no entanto a jogar.

«Sempre evitei falar do que aconteceu, mas já que ele me citou, então também tenho de falar. Na verdade a história é totalmente ao contrário. A vontade do Queiroz era mandar-me embora. Eu sei que ele fez um pedido à Federação para que me mandasse embora e a Federação negou. Depois, voltou a tentar afastar-me e dessa vez numa conversa directa comigo e com outras duas pessoas, acusando-me de ter traído a selecção, de ter traído a confiança dele, de ter traído os meus companheiros, praticamente colocando-me de fora da equipa», conta Deco.

«Não nego, tive vontade de ir embora. Mas, como disse, não fiz isso para não lhe dar esse gosto», insiste o agora jogador do Fluminense, para concluir dizendo que «existem coisas no carácter das pessoas que são imperdoáveis»: «Existem coisas na maneira de ser do Queiroz que eu não percebo e não é por uma questão de relacionamento. Nunca tive qualquer problema com ele. A única coisa que sei é que ele teve algumas atitudes que, para mim, foram incorrectas e portanto é uma pessoa falsa.»