Hugo Carreira parte segunda-feira para Qingdao, na China, onde vai jogar nos próximos oito meses, depois de ter rescindido com o Estrela este sábado. Para trás fica a braçadeira de capitão e o dilema dos ordenados em atraso, já o futuro é (quase) uma incógnita.
«Vou à procura da minha estabilidade financeira», assumiu, sem reservas, o central português, de 29 anos, em conversa com o Maisfutebol. Encaro o Qingdao Zhongneng [nono classificado na última época da liga chinesa] como um desafio muito bom para mim. E o que vou receber só os grandes me podiam pagar», revelou o jogador, depois de seis épocas na Amadora, com uma passagem pelo Nacional, e três anos na Corunha.
O contrato com o Estrela terminava em 2010, rescindiu «por mútuo acordo», o novo inicia em Março e finda em Novembro. «Deixaram-me ir à minha vida. Tenho pena de deixar o clube, porque está numa situação complicada, o presidente tem tentado resolver as coisas, mas não está fácil», contou Carreira, dispensado do jogo de domingo com o Trofense. «Os meus companheiros ficaram felizes, mas também tristes, porque no Estrela somos como uma família. Duvido que haja alguma equipa com aquele espírito de grupo.»
De volta à China, depois do insucesso de negociações anteriores com outra equipa - «Prometeram-me uma coisa e queriam outra», lembrou -, o defesa admitiu não conhecer nem a cidade, excepto o facto de ter sido palco das provas de vela nos Jogos Olímpicos, nem o clube. «Não sei ao certo o que vou encontrar, é uma cultura diferente daquela a que estou habituado, mas vou dar o meu melhor em todos os sentidos», garantiu.
No final da época, o regresso ao país que o viu nascer não está nos seus planos, pelo menos para jogar. «Pode ser que continue por aqui ou no estrangeiro. Em Portugal a situação está muito má», despediu-se.