O treinador do Casa Pia, Filipe Martins, em declarações na conferência de imprensa após a derrota frente ao Vizela, em jogo da décima jornada da Liga:

«Comparativamente com o Estrela da Amadora, estivemos melhor. Nesse jogo, talvez tenha sido um jogo menos conseguido.

Hoje, faltou-nos definir melhor. Em zonas de cruzamento, muitos cruzamentos falhados, algumas situações que não definimos bem no último terço. Foi sempre um jogo muito estranho. Sempre com ressaltos, com segundas bolas a proporcionarem alguns ataques ao Vizela que não estávamos a conseguir estancar.

Mas acho que tivemos coragem com bola. Conseguimos dominar o jogo, conseguimos procurar aquilo que são as nossas saídas de bola e quebrar a pressão do Vizela. No entanto, faltou-nos claramente o último terço e materializar melhor aquilo que fizemos na primeira e na segunda fase de construção.

Era um jogo que podia ter caído para qualquer um dos lados e acabou por cair para o lado do Vizela.

Acima de tudo, se me perguntassem o resultado justo, provavelmente diria que um empate, mas foi um jogo atípico, onde a bola parada podia ter feito alguma diferença, algumas defesas importantes, de ambos os guarda-redes.

Foi uma vitória da eficácia, acima de tudo. Contra uma equipa que estava mais fresca do que nós, mas, mesmo assim, não se notou essa diferença física e acabou por ser a eficácia e os pormenores a ditar o resultado.

Não tenho nada a apontar aos meus jogadores, lutaram e quiseram fazer um resultado diferente, no entanto, sabíamos que tínhamos pela frente uma equipa que vinha para jogar no erro. Foi o que aconteceu e acabaram por ser premiados com os três pontos.

Quero deixar uma palavra de apreço à minha equipa, porque fez três jogos esta semana muito duros fisicamente. E psicologicamente não é fácil preparar estes três jogos numa semana, com muito pouco tempo para treinar.

Estamos aqui para lutar. Isto ainda nem ao primeiro terço chegou. Sabíamos que iria ser um campeonato muito competitivo e já na sexta-feira o que queremos fazer contra o Estoril [Praia] é continuar a competir e a mostrar que temos equipa para aqui estar. Com todo o mérito e para ficar.

Tem faltado continuidade naquilo que são as nossas opções. Não conseguimos repetir um ‘onze’. Precisamos de melhorar o nosso processo ofensivo, não há que esconder.

Podemos fazer melhor. Não tanto pelos jogadores, mas sim pelo processo, que é sempre isso o mais importante nesta casa.

Podemos e devemos melhorar nesse aspeto. Continuar com a mesma organização defensiva, mas depois, na frente, temos capacidade para fazer melhor e é em busca disso que vamos continuar a trabalhar.

Temos que nos focar naquilo que controlamos, que é o nosso trabalho e o nosso comportamento. Se estivermos focados no que pode ser o comportamento do adversário, estamos logo a ter um mau início.

Quando fomos a Arouca, eles vinham de um empate no Dragão [com o FC Porto], e conseguimos ganhar esse jogo. Cada jogo é um jogo, tem uma história diferente e nós vamos trabalhar para fazer uma história diferente na sexta-feira já.»