O ex-director desportivo do Belenenses, Carlos Janela, pronunciou-se acerca de decisão da Comissão Disciplinar (CD) da Liga em retirar seis pontos ao clube, devido à utilização irregular do camaronês Meyong, em jogo com a Naval, considerando que a CD «não foi rigorosa e faz uma interpretação abusiva dos regulamentos».
«A decisão é muito infeliz, porque o acórdão está mal fundamentado», referiu Carlos Janela à Lusa, acrescentando que «o Belenenses foi punido num acórdão que faz tábua rasa do que é figura do licenciamento, desresponsabilizando a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF)».
O antigo dirigente Belenense declarou que a «suposta infracção não está tipificada nos regulamentos» e, por isso, «a decisão é mais populista do que um acórdão resultante da leitura dos regulamentos».
Carlos Janela vai mais longe e considera que a decisão «é muito grave», argumentando que «compete à FPF e à Liga aferir e controlar todos os requisitos necessários ao exercício de uma profissão», após o qual, sublinhou, «se pode licenciar».
«Se um clube paga seis mil euros para inscrever, numa federação, um jogador, essa taxa não é paga para que um clube tenha um jogador apenas para treinar. Meyong veio para jogar, num empréstimo de seis meses», explicou Janela, afirmando que houve «grande confusão» da CD.
«Ricardo Costa proferiu inverdades»
O antigo director-desportivo criticou ainda o presidente da Comissão Disciplinar da Liga, Ricardo Costa, por ter «proferido inverdades» na conferência de imprensa desta segunda-feira, na qual revelou a decisão do processo.
«Ricardo Costa confundiu regulamentos e disse que o Belenenses alegou, na fase de instrução, não conhecer o regulamento», afirmou Carlos Janela. «O que foi dito é que o Belenenses não conhecia a informação de que Meyong foi utilizado duas vezes numa época», explicou o ex-dirigente.