Luís Filipe Vieira voltou esta quinta-feira a reagir às declarações do Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, que considerou o caso Nuno Assis uma vergonha. O presidente do Benfica considera que «pôr em causa o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol é muito grave».
O líder do Benfica realça, no entanto, que o governante «foi induzido em erro por afirmações falsas» dos responsáveis do CNAD: «Ainda ontem o Sr. Luís Horta e o Sr. Luís Sardinha voltaram a mentir descaradamente, e nomeadamente sobre a questão do transporte da amostra.»
Vieira promete levar o caso «até às últimas consequências para defender o nome do jogador», e reiterou a confiança na justiça: «Apesar da recepção de alguns arguidos do Apito Dourado na Assembleia da República, o Benfica nunca pôs em causa a justiça.»
O dirigente deixou ainda a sugestão a Laurentino Dias, para que quando apresentar o caso a outros organismos, que «peça uma avaliação da competência ou incompetência técnica do CNAD.»
Médico do clube diz que CNAD não tem condições para iniciar nova época
João Paulo Almeida, médico do Benfica, considera que «não se pode iniciar uma nova época desportiva com este CNAD», pelo que voltou a exigir a demissão dos seus membros. O responsável clínico disse ainda que «o Benfica disponibiliza-se para colaborar na criação de um novo sistema, com três estruturas independentes. Uma para a recolher, outra para analisar e outra para julgar».
Andrade e Sousa voltou a dizer que o CNAD «ocultou, manipulou e fabricou informação». O advogado do Benfica considera que «houve um prejuízo moral, porque isto mancha a carreira do jogador, que também não pôde jogar» e acusa mesmo o CNAD de prejudicar deliberadamente Nuno Assis: «Quando uma entidade omite informação só o pode estar a fazer propositadamente, para defender o trabalho incompetente do laboratório». Por isso o clube encarnado prepara-se para processar judicialmente o CNAD.
Na conferência de imprensa estiveram também Jorge Barbosa, que voltou a analisar a questão do tratamento das amostras, e Humberto Ferreira, que analisou os resultados do ponto de vista estatístico, considerando que 21% de probabilidade da Amostra B de urina do jogador ser um «falso positivo».