Uma pré-época convincente, alicerçada na solidez de 318 minutos, sugeria ser este o ano da afirmação de André Castro no F.C. Porto. Errado. O médio de 25 anos renovou contrato até 2015, mas saiu por empréstimo para o Kasimpasa, da Turquia.

Após a estreia com a nova camisola, diante do Karabukspor, Castro abriu o coração em entrevista ao Maisfutebol. Explicou sem inibições o processo que o conduziu a mais uma saída, talvez a mais surpreendente, e vincou a vontade de mudar um dado no seu comportamento: Castro vai pensar mais em si.

No arranque da época pensava que este seria o ano da afirmação no Dragão?

«Eu penso isso no início de cada ano. Não foi diferente desta vez. Os jogos de pré-temporada correram-me bem e criei expetativas. Não foram confirmadas, mas tenho de sublinhar que toda a gente no F.C. Porto foi correta comigo. Do treinador à direção».

Explique-nos o processo deste empréstimo: quando e como foi decidido?

«Foi decidido a dada altura na pré-temporada. Falámos abertamente, todas as partes, e sentimos todos que o melhor era eu sair para jogar regularmente. Sofro muito quando não jogo e as pessoas do F.C. Porto sabem disso».

O que fez a época passada não chegou para convencer o F.C. Porto?

«Acho que na época passada fui especial para a equipa. Abdiquei muito do ponto de vista individual sempre a pensar no bem comum. Fiz 17 jogos no campeonato, marquei um golo e correspondi sempre que fui chamado. Evoluí muito e por isso acreditava que este ano podia jogar ainda mais».

O que faltou para isso ser um dado adquirido?

«Não sei o que faltou. Insisto na ideia: dei o máximo de mim, em todos os treinos e jogos da pré-época. A estrutura do F.C. Porto, o técnico e eu percebemos que eu não seria titular indiscutível e que por isso faria sentido partir para outra casa».

Apesar da saída do João Moutinho, o F.C. Porto adquiriu vários médios (Herrera, Josué, Carlos Eduardo, Tiago Rodrigues e Quintero). Foi esse o problema?

«Não sei, é possível. Eu preocupei-me sempre em fazer o meu trabalho e a corresponder ao que me pediam. Não podia fazer mais. A partir do momento em que percebi que não seria titular, a saída passou a ser um cenário possível».

Tinha contrato até 2014 e prolongou-o até 2015. É para voltar ao F.C. Porto?

«Renovei porque o Kasimpasa ficou com opção de compra. Não podia ser um jogador livre em janeiro. Agora, sinceramente, só penso em jogar e triunfar na Turquia. O F.C. Porto será sempre especial na minha vida, esteja ou não no clube».