Anderson está livre para assinar pelo F.C. Porto, dissipadas que estão as dúvidas sobre a possibilidade de inscrever o jogador por este ser menor de 18 anos (actualmente tem 17). A dúvida foi levantada pelos regulamentos da FIFA e mediatizada pela queixa apresentada nos tribunais por um advogado brasileiro. A garantia da legalidade da transferência foi dada, através de fax, pelo presidente e exercício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Nabi Abi-Chedid, já durante esta quarta-feira.
«O certificado internacional ainda terá de ser pedido pela Federação Portuguesa de Futebol, mas o assunto está praticamente ultrapassado», disse ao Maisfutebol Luiz Gustavo Vieira de Castro, responsável pelo departamento de registo e transferências da CBF. «Tenho de aproveitar esta oportunidade para referir que se não fosse a atitude extremamente profissional, tanto do F.C. Porto, como da Federação, poderia haver um grande problema. Felizmente tudo está a resolver-se pelo melhor».
Luiz Gustavo tem acompanhado o processo de perto desde o início e garante que o Porto não tem nada a temer neste momento, embora entenda as dúvidas que sobressaltaram os dragões nos últimos dias. Com as garantias bancárias apresentadas, o consentimento por parte do Grémio de Porto Alegre e o pedido de envio do certificado internacional o caso ficará resolvido e o jogador, que possui um acordo para as próximas três épocas, poderá ser oficialmente apresentado como reforço dos dragões.
Em relação ao pedido do certificado internacional, a Federação informou que apenas ainda não fez o pedido porque o jogador ainda não foi inscrito na Liga de Clubes. Quando o F.C. Porto der esse passo, o certificado será pedido para o Brasil e o caso poderá ficar encerrado.
F.C. Porto encontra emprego para mãe de Anderson
Os dirigentes portistas, no entanto, tiveram de resolver alguns assuntos pendentes, como assegurar um emprego para a mãe do jogador, Dona Doralice Oliveira, obedecendo ao regulamento do estatuto e transferência de jogadores imposto pela FIFA, que requer a presença da mãe ou do pai junto ao atleta menor sempre que este sai do país de origem para jogar no estrangeiro. Habituada a trabalhar durante toda a sua vida, que foi recheada de privações, Doralice está habilitada para a função de costureira (tinha uma pequena loja em Porto Alegre) ou mesmo auxiliar de educação. Neste ou noutro âmbito similar, o F.C. Porto terá de encontrar emprego para a mãe de Anderson para que tudo esteja dentro da legalidade. É que pelos regulamentos da FIFA terá de ser jogador menor de idade a acompanhar os pais e não o contrário.
Enquanto o processo não fica totalmente clarificado, o presidente do Grémio, Paulo Odone, permanece na cidade do Porto, onde procura assegurar o pagamento dos cinco milhões de euros pela compra de 70% do passe do jogador. «Está tudo certo, depois de termos tratado dos detalhes relativos à transacção», referiu, esclarecendo que para já «Anderson continuará a ser considerado jogador do Grémio», pelo menos «enquanto está na selecção sub-17». «Depois vamos resolver o assunto». Ou seja, neste momento o prodígio ainda não é oficialmente jogador do F.C. Porto, embora esteja bem seguro pelos dragões. Faltam cumprir pequenos pormenores.