A Comissão Disciplinar da Liga decidiu arquivar o processo relativo ao alegado aliciamento a jogadores do Leixões, antes do jogo com o Benfica, na 16ª jornada da Liga.

O organismo considera que existem «fortes indícios» de que Jorge Teixeira, classificado como gestor desportivo, terá informado o jogador Nuno Silva de que havia um prémio de 50 mil euros a dividir pelo plantel do emblema de Matosinhos, em caso de vitória sobre o Benfica. No entanto, a Comissão Disciplinar da Liga entende que «não existe qualquer prova que permita considerar que o autor da promessa actuou no interesse e por conta do SC Braga ou de qualquer outro clube ou sociedade desportiva».

De acordo com o processo, e após terem sido ouvidas as testemunhas, Nuno Silva recebeu uma chamada de Jorge Teixeira, antigo dirigente do Leixões e seu amigo. O gestor desportivo foi ter com o jogador ao hotel onde a equipa de Matosinhos estava a estagiar, e deu conta do prémio acima referido. O jogador terá perguntado quem promovia ao incentivo, e a resposta adiantou apenas que seria alguém de Braga, próximo do Sp. Braga. Nuno Silva terá rejeitado o prémio, e informou depois os outros capitães de equipa, Hugo Morais e Joel. O trio decidiu, em conjunto, comunicar o sucedido ao técnico José Mota, que também estranhou a oferta do referido prémio, tendo em conta a altura da época e a pessoa envolvida, que estava em litígio com a administração da SAD do Leixões.

No dia do jogo, durante o lanche que juntou as duas direcções, o presidente do Benfica disse ao líder do Leixões que tinha sido informado de uma alegada oferta, por terceiros, de um prémio ao Leixões por vitória na Luz. Carlos Oliveira prontificou-se a averiguar. Reuniu-se com os capitães de equipa e com o treinador, que lhe deram conta do que tinha sucedido. O dirigente leixonense reuniu-se mais tarde com António Salvador, que lhe garantiu não ter qualquer participação no alegado prémio, nem sequer conhecer Jorge Teixeira. O líder dos «arsenalistas» comunicou, nessa reunião, que ia apresentar queixa-crime contra o gestor desportivo, algo que consumou no dia 15 de Outubro.