Celsinho tentou retomar a carreira na temporada de 2008/09 no Estrela da Amadora depois de ter falhado na primeira época no Sporting. Mas na Reboleira, o jovem médio brasileiro encontrou um clube em convulsão. Teve problemas com Vidigal, foi suspenso, ganhou novo fôlego com Lázaro Oliveira, mas voltou a ser suspenso. Um caso de polícia, depois de uma noite mais animada, acabou por ser a gota de água que ditou o final da sua curta carreira no futebol português.
No Estrela começou bem a época, com um golo na primeira jornada que valeu a vitória sobre a Académica no dia em que fazia anos. Mas logo a seguir surgiram problemas com Vidigal.
- Houve problemas internos. Procuro ser profissional e ter o meu profissionalismo em primeiro lugar, mas a partir do momento em que as pessoas começam a pisar no meu calo também jogo tudo para o alto.
O Estrela também não passava por um período fácil, com ordenados em atraso.
- Sempre fui compatível, sempre fui amigo e solidário com todos os jogadores e com as pessoas no Estrela. Sempre dei a minha cara nas greves, em reivindicações com o Sindicato. Sempre me apresentei junto com o grupo.
Nessa altura o Celso continuava a receber da parte do Sporting?
- Sim e o facto de receber pelo Sporting acabou por deixar alguns dirigentes do Estrela um pouco bravos, nervosos, enciumados comigo. Foi aí que começou a ser prejudicado o meu trabalho. Sou profissional, mas a partir do momento em que começam a pegar no meu pé, começo a pensar mais em mim.
Isso aconteceu com o Vidigal, mas depois teve uma nova oportunidade com Lázaro Oliveira.
- São pessoas totalmente diferentes. O Vidigal para mim foi uma pessoa que passou, não teve sequer um reconhecimento meu, não tem qualquer admiração minha. Para mim é um técnico normal, se não for mesmo fraco. O Lázaro é uma pessoa totalmente diferente, é uma pessoa amiga, um companheiro que ajuda os jogadores. Não só eu, mas outros também. Ele optou pelo lado correcto, pelo profissionalismo, e não pelo lado da criancice, pelo lado pessoal, como Vidigal acabou optando. A minha vida pessoal, é a minha vida pessoal.
Mas a sua vida pessoal não interferiu com a sua vida profissional?
- Ele [Vidigal] não soube separar o profissionalismo com a vida pessoal do jogador. Acabou querendo interferir na minha vida pessoal e eu já tenho 21 anos de idade, sou responsável desde os quinze, não preciso que uma pessoa que nunca vi na minha vida interfira na minha vida. Ainda mais comprometendo o meu trabalho, acabou me prejudicando.
Foi afastado da equipa
- Estive suspenso, fiquei afastado por um tempo, mas, por ironia do destino, ele acabou por pedir para ir embora e o Lázaro assumiu e me reintegrou no grupo.
Mais tarde voltou a ter problemas, mesmo já com Lázaro à frente do grupo.
- Também, mas não foram em relação àquilo que tive com o outro treinador. Com o Lázaro tive dois desentendimentos. O primeiro foi porque em Janeiro disse que gostaria de regressar ao Sporting e ele interpretou de outra maneira. Ele entendeu que já não tinha cabeça, nem vontade de jogar mais pelo Estrela. Depois foi tudo conversado, foi tudo esclarecido e voltei a jogar. Pouco depois tive outro problema com o meu carro.
Falou-se num problema com álcool, é verdade?
- Tive um problema com o carro, mas as pessoas já falaram um monte de coisas. Isso foi a gota de água. Nessa altura dei um basta e acabou.
Nessa altura falou-se na sua relação com o Rochemback. Há alguma relação com esse incidente?
- Não tenho reclamações do Rochemback em relação a nada. Foi uma das pessoas, enquanto estive em Portugal, que mais me ajudou. O meu convívio com o Rochemback era diário, todos os dias juntos. As pessoas acabaram confundindo as bolas e acabaram citando o nome dele numa coisa que não tem sentido, nem critério nenhum. Não tenho nada a apontar ao Rocha, pelo contrário, o Rocha é como se fosse meu irmão.