Pontos fortes:
Dos dezassete golos já marcados, nove foram de bola parada, e sete dos quais de canto! Os centrais Mulgrew e Lustig são fortes nesse aspeto (Wilson e Rogne não tanto), mas o destaque vai para Wanyama, o queniano que também pode jogar no eixo da defesa, mas que tem sido utilizado no meio-campo.
Pontos fracos:
Equipa combativa mas pouco evoluída tecnicamente, ao velho estilo britânico. Tem tendência para «queimar etapas» na construção de jogo. O meio-campo trabalha pouco a bola e os defesas insistem demasiado no pontapé longo para os avançados. A equipa é também pouco versátil taticamente, deixando muito espaço entre linhas.
Ao pormenor:
Mulgrew, Wilson, Rogne e Lustig são os centrais utilizados regularmente, por esta ordem, ainda que este último também possa ser lateral direito. Um escocês, um inglês, um norueguês e um sueco. Fortes fisicamente mas permeáveis pelo chão, como manda a tradição. Matthews e Izaguirre são os laterais habituais, com pouca ou nenhuma liberdade para subir, ainda que este último, internacional hondurenho, seja um jogador interessante. O dono da baliza é Fraser Forster, elemento regular.
O meio-campo tem sofrido de alguma instabilidade neste início de época, devido aos problemas físicos do capitão Scott Brown, do galês Joe Ledley e do israelita Beram Kayal. O treinador Neil Lennon raramente contou com os três em simultâneo. Wanyama, que também pode ser central, tem sido quase sempre titular no «miolo», e até o jovem checo Filip Twardzik, de apenas 19 anos, já foi aposta inicial (partilha o balneário com o irmão gémeo Patrick). Ao plantel falta um verdadeiro «playmaker». Commons aparece na zona de decisão, por vezes, mas não é um jogador para encontrar espaços, antes para os aproveitar. Tem um bom esquerdo para finalizar as jogadas, nomeadamente em lances de bola parada. O ex-sportinguista Rabiu Ibrahim raramente é utilizado.
A principal referência ofensiva (e coletiva) é Samaras. O grego também rende como segundo avançado, mas é a partir da esquerda, em 4x3x3, que mais desequilibra. A sua ausência é, naturalmente, uma boa notícia para o Benfica. Hooper costuma ser a unidade mais adiantada, e é o típico avançado britânico: trabalhador, combativo, de remate fácil, mas pouco dotado tecnicamente e pouco eficaz a jogar com os apoios, fora da área. Com Stokes lesionado, Watt tem sido a outra alternativa ofensiva. Mais móvel, mas com apenas 18 anos, vai perder espaço com a contratação de Miku e Lassad. Neil Lennon conta ainda com os extremos James Forrest e Paddy McCourt. O primeiro, de 21 anos, muito rápido com a bola nos pés; o segundo, mais experiente e também mais habilidoso, capaz de furar em diagonais para o coração da área.