Mais um ano de Copa América, mais uma edição que gera enormes expectativas entre observadores de futebol de todo o mundo, analistas, jornalistas e naturalmente adeptos. Ao todo serão 368 jogadores, uns mais veteranos e outros bem mais novos, a procurar a glória coletiva mas também em busca da afirmação individual num palco privilegiado, de milhões de espetadores, com todos os jogos a terem transmissão assegurada na emissão da TVI/TVI 24.

Calendário e horários dos jogos

Nesta edição, e apesar da ausência certa de Neymar e dos problemas físicos que têm apoquentado Messi e Luis Suárez, muitos serão os craques de nível mundial que irão subir aos relvados norte-americanos tentando ajudar os seus países a consagrarem-se na maior prova de futebol do continente americano. O Maisfutebol passa então a apresentar-lhe dez dos craques de craveira a seguir na Copa América Centenário juntando-lhes ainda algumas promessas que poderão encontrar aqui um palco de afirmação e uma possível rampa de lançamento, nalguns casos, para um grande campeonato do futebol europeu:

Jonas (Brasil/Benfica): O goleador da última edição da I Liga procura agora a afirmação ao serviço da Canarinha. Depois de um período de ausência de convocatórias longo, Jonas voltou para contar e especula-se que possa ser titular já a abrir a Copa América, frente ao Equador. As boas indicações deixadas no particular frente ao Panamá permitem antever um papel importante no esquema de Dunga que, à partida, irá contemplar a utilização de apenas um avançado. Tecnicamente dotado, inteligente com e sem bola e com um sentido de baliza notável, o craque encarnado pode bem ser aquele «9» que o Brasil tanto tem procurado nos últimos tempos…

Bryan Ruiz (Costa Rica/Sporting): Autor de uma excelente época de estreia no futebol português, este segundo avançado promete ser uma das peças fundamentais da Costa Rica, função que já assume de há uns anos a esta parte. Incorporada no grupo A, a formação costa-riquenha sabe que não terá tarefa fácil, mas se Ruiz apresentar os atributos que o levaram ao sucesso em Alvalade pode ser bem sucedida no final da fase de grupos. A técnica apurada, a elegância na condução e distribuição e a forma como se sabe movimentar rumo aos espaços certos fazem de Bryan Ruiz um elemento fundamental em qualquer equipa na qual jogue.

Miguel Layún (México/FC Porto): O rei das assistências da Liga portuguesa procura ajudar a levar o México à glória nesta edição 45 da Copa América. Ofensivamente dinâmico e versátil sabe como utilizar os dois pés, embora o direito seja o predileto. A dinâmica de futebol ofensivo privilegiada por Juan Carlos Osorio, selecionador mexicano, poderá fazer de Layún uma peça-chave das vitórias da Tricolor.

Gonzalo Higuaín (Argentina/Nápoles): Depois de uma época na qual bateu um recorde de golos marcados na Série A com 66 anos, Higuaín chega altamente motivado a esta Copa América e com desejo de vingar a frustrante final do ano passado. Com Messi em dúvida para a estreia, o «9» da albiceleste poderá ter de assumir um papel de salvador do ataque da Argentina, uma equipa que produz muitas oportunidades, mas que também desperdiça bastante. Predador de área letal, que domina todos os conceitos que devem ser inerentes a um ponta de lança de classe mundial, promete uma Copa América recheada de golos. Para já, no teste frente às Honduras, marcou um daqueles que só ele sabe fazer…

Édinson Cavani (Uruguai/PSG): Foi um dos abonos de família de mais uma temporada verdadeira arrebatadora e sensacional do PSG a nível interno em França. Autor de 25 golos em toda a temporada (19 deles apenas na Ligue 1), numa equipa onde divide protagonismo com Ibrahimovic e na qual joga várias vezes mais descaído numa ala, a estrela de Salto tem de ter um papel de protagonismo logo a abrir a Copa América, praticamente confirmada que está a ausência de Suárez para os primeiros encontros da competição.

James Rodríguez (Colômbia/Real Madrid): Dono de uma técnica inebriante e de uma visão de jogo e capacidade de remate soberbas, o «10» dos cafeteros procura nesta Copa América confirmar o protagonismo habitual na seleção, mas que não tem sequência no campeão europeu Real Madrid. Jogando mais descaído na faixa esquerda, procurando constantemente movimentos interiores e triangulações, James terá de ser um dos desequilibradores de uma equipa talentosa, da qual se espera muito nesta prova.

Alexis Sánchez (Chile/Arsenal): Um dos craques da competição na edição do ano passado que consagrou o Chile como campeão sul-americano pela primeira vez na história. A temporada no Arsenal ficou marcada por uma lesão na coxa que o afastou durante alguns jogos, mas, ainda assim, conseguiu ser um dos principais protagonistas da equipa londrina. A sua velocidade, uma técnica em condução ímpar e o faro de golo permanente podem muito bem ajudar a Roja a sonhar com o bicampeonato…


Miller Bolaños (Equador/Grémio): Esta prova poderá ser decisiva para que este talentoso avançado de 26 anos finalmente dê o salto para o futebol europeu. Móvel, rápido e incisivo, fará dupla com Enner Valencia, outro jogador que começou por se destacar no futebol centro e sul-americano antes de dar o salto para a Europa (mais concretamente para o West Ham, em Inglaterra). Se mantiver o nível habitual, tem tudo para ser uma das figuras dos equatorianos nesta competição.

Clint Dempsey (Estados Unidos/Seattle Sounders): Aos 33 anos, esta poderá ser uma das últimas oportunidades de somar um título de grande relevo pela seleção norte-americana, embora a tarefa não se avizinhe, claro está, nada fácil. Avançado astuto e de boa técnica, tornou-se num porta-estandartes da nova era da MLS, depois de vários anos a competir na Europa. Apesar de uma certa veterania, é complicado tirarem-lhe o lugar e roubarem-lhe o protagonismo dentro da equipa de Klinsmann…

Wes Morgan (Jamaica/Leicester City): Quem diria há um ano que este raçudo e possante central do «modesto» Leicester City seria, doze meses volvidos, capitão do campeão da Premier League? Pois, neste período temporal muita coisa mudou, incluindo a forma como o mundo olha para este jogador, menos de um mês depois de o termos visto a levantar a taça de campeão de Inglaterra. A ver vamos se ajudará a Jamaica a repetir as boas prestações de há um ano, ainda que sem qualquer ponto somado…

Talento jovem não vai faltar…

Vários serão também os jogadores ainda à procura da afirmação em termos individuais nesta Copa América. Começando pelo grupo A e pela equipa anfitriã, há que ter em conta dois nomes: o lateral-direito de vocação ofensiva DeAndre Yedlin e o médio ofensivo Christian Pulisic, dinâmico criativo que já realizou alguns jogos pela equipa principal do Borussia Dortmund. Na Colômbia, o criador de jogo Edwin Cardona parece um dos nomes mais entusiasmantes da nova geração, tendo já assumido protagonismo na fase de qualificação para o Mundial 2018. Atenção ainda ao lateral-direito/central Stefan Medina, uma das chaves do recente título mexicano do Pachuca e ao médio de ataque Andrés Filipe Roa, do Deportivo Cali, não esquecendo o promissor avançado dos argentinos do Racing Club, Roger Martínez.

Outra seleção deste grupo A que apresenta um grupo bastante promissor é o Paraguai. Entre os convocados estão até alguns nomes que têm sido associados a clubes portugueses: Gustavo Gómez, sólido central pretendido pelo FC Porto e o promissor Blas Riveros, lateral-esquerdo falado para o Benfica e um dos jogadores mais jovens desta competição. Além desta dupla, destaque ainda para os criativos Derlis González e Óscar Romero, para o médio-centro Robert Piris da Motta e para o talentoso avançado Tony Sanabria, autor de 11 golos da Liga espanhola em 2015/16.

No Grupo B, há que destacar os brasileiros Wallace e Gabriel Barbosa, assim como a alternativa a Filipe Luís na lateral-esquerda: Douglas Santos. Todos jogadores da nova geração, provavelmente não serão titulares, mas podem somar minutos e chamar a atenção dos olheiros dos grandes clubes europeus. Nas restantes equipas deste grupo, muita atenção aos jovens lançados por Ricardo Gareca na seleção peruana (Renato Tapia, Andy Polo, Beto da Silva, Edison Flores ou Luis Abram) e ainda aos equatorianos Juan Cazares (médio de ataque, com muito golo) e Cristian Ramírez (lateral-esquerdo rápido e de propensão ofensiva), autores de excelentes temporadas no Brasil e na Hungria, respetivamente.

No grupo C, muita atenção aos virtuosos alas mexicanos Hirving Lozano e Jürgen Damm, dois jogadores que têm tido um crescimento notável, merecendo já o salto para uma liga europeia. Nota ainda para a juventude que vai despontando na seleção venezuelana, em particular dois homens de ataque que se destacaram na última temporada em Espanha: Juanpi Añor, ala/médio de ataque rápido e talentoso do Málaga e Adalberto Peñaranda, avançado do Granada com boa técnica e forte a atacar o espaço nas costas da defesa contrária.

Finalmente, no grupo D, o criterioso Matías Kranevitter pode finalmente ter a oportunidade de brilhar com a camisola albiceleste numa grande competição, embora a concorrência na zona central do meio-campo seja bastante apertada. Atenção ainda ao despontar de vários jovens da nova vaga do futebol boliviano (Pedro Azogue, Edwin Saavedra, Diego Bejarano ou Bruno Miranda).