Soberbo Brahimi e a redenção de Jackson Martínez. Dois intérpretes de luxo no melhor desempenho coletivo do FC Porto na temporada 2014/15. Superioridade clara sobre o Athletic Bilbao, no País Basco. 0-2 e carimbo no passaporte para a fase seguinte, com importante encaixe financeiro.

Após uma etapa inicial de desperdício, incluindo um penálti falhado por Jackson, os dragões responderam à tentativa de pressão do At. Bilbao com dois golos. San Mamés em choque, com festa portuguesa num dos setores.

Confira a  FICHA DE JOGO 

Pela quarta vez na história da fase de grupos da Liga dos Campeões – em 19 presenças, já que o FC Porto é um dos recordistas neste parâmetro -, os dragões garantiram o apuramento para a próxima fase à quarta jornada.

Lopetegui a fazer o mesmo que António Oliveira, Jesualdo Ferreira e Vítor Pereira.

10 pontos como sinal de autoridade no Grupo H da competição. O Shakhtar Donetsk confirmou o seu favoritismo frente ao BATE Borisov, na Ucrânia, e segue atrás da equipa portista na tabela classificativa. At. Bilbao e BATE deixam de ver o FC Porto no horizonte.

A equipa de Julen Lopetegui jogará na Bielorússia, fechando esta fase com a receção ao Shakhtar. Ou seja, tem plenas condições para garantir o primeiro lugar.

Veja os  RESULTADOS E CLASSIFICAÇÕES 

Em Bilbao, o FC Porto dominou largos períodos do encontro e nunca permitiu o controlo do encontro por parte do adversário. O Athletic vinha de duas vitórias no campeonato espanhol, numa fase de retoma, mas teve menos bola que no Estádio do Dragão, por exemplo.

Lopetegui fez duas alterações sem causas espanto. Saíram Quintero e Quaresma, entraram Herrera e Tello. Menos criatividade, mais objetividade. Seria esse o propósito, mas Cristian Tello foi o único dragão a ficar abaixo da fasquia, com um punhado de decisões erradas.

O treinador escolheu 11 dos 12 jogadores mais utilizados até ao momento. Rúben Neves foi o excluído nesta lógica, mas o jovem português viria a entrar em campo na segunda metade. Os primeiros minutos na fase de grupos da Liga dos Campeões, aos 17 anos.
 
Óliver agradeceu o regresso do Herrera e libertou-se para um desempenho brilhante. Casemiro, para lá de alguns excessos, foi importante como força de bloqueio. Mais à frente, a habitual magia de Brahimi e o golo da ordem para Jackson Martínez, premiando uma exibição de suor. Quatro para cada um na prova.

Terá sido o melhor desempenho do FC Porto na era Lopetegui. Recordam-se bons períodos frente ao Lille, no play-off, e a goleada frente ao BATE Borisov, mas este jogo em Bilbao teve algo mais: uma maturidade coletiva, num terreno difícil, frente a um adversário sem capacidade para rebater os argumentos.

A equipa de Ernesto Valverde precisava de pontos com máxima urgência mas teve apenas duas oportunidades de golo ao longo do encontro. A primeira ao minuto 22, na sequência de um cruzamento na esquerda. Rico surgiu na área e cabeceou ao lado. A outro já com o resultado favorável aos dragões (0-2): Gullermo a cabecear de costas para a baliza, bola no poste.

Pouco para um FC Porto clarividente e dominador. Jackson desperdiçou por três vezes na etapa inicial, a última das quais na sequência de uma grande penalidade conquistada por Danilo. Indicação errada do árbitro de baliza, iludido pela queda do lateral brasileiro, com a perna de Balenziaga.

O avançado colombiano provou que há por ali um problema recorrente, atirando à trave. Os dragões não apresenta a eficácia desejável em castigos máximos. Por outro lado, têm argumentos fortes em livres diretos. Danilo acertou na barreira, Maicon abriu Iraizoz a grande defesa e Brahimi atirou ligeiramente ao lado. Na segunda parte, novamente o argelino para excelente resposta do guarda-redes do At. Bilbao.

Julen Lopetegui lamentava a ausência do justificado golo mas ele chegaria ao minuto 56, como resposta ao maior assédio local, face às alterações de Ernesto Valverde ao intervalo. Brahimi passou por dois adversários como só ele sabe e serviu Jackson, que empurrou à boca da baliza. Pouco depois, seria a figura argelina a balançar as redes, aproveitando uma falha clamorosa da defesa do At. Bilbao. Tudo resolvido. E bem.