Cristiano vezes 76

O golo do internacional português, repondo um empate momentâneo, foi o seu 76º na Liga dos Campeões, o que lhe permitiu distanciar-se provisoriamente de Messi, no ranking de melhores marcadores de todos os tempos. Mas o argentino pode acertar contas nesta quarta-feira, quando defrontar o Bayern, e é certo que o ombro a ombro vai prosseguir, pelo menos até final dos jogos da segunda mão. Por outro lado, foi o nono golo de Cristiano Ronaldo em meias-finais, e também o nono nesta edição, o que para já lhe permite igualar Luiz Adriano, do Shakhtar, na liderança provisória dos marcadores. Se voltar a marcar no Bernabéu, CR7 conseguirá a quarta temporada consecutiva com dez golos ou mais na Liga dos Campeões.


A vingança do «ex»
Aos 8 minutos, Morata abriu caminho à vitória da Juventus e, em tributo às raízes merengues, não festejou o seu golo. No fundo, o avançado que a vecchia signora contratou no Bernabéu, em julho, deu seguimento a uma tradição que afeta particularmente o Real Madrid. De 1998 para cá, foi o sétimo ex-madridista que marcou à antiga equipa, depois de Zamorano, Morientes, Júlio César, Robben, Sneijder e Huntelaar.


Menos pode ser mais
Mais posse de bola (47/53), mais cantos ganhos (5-1), mais passes (518 contra 453) e menos faltas cometidas (13 contra 20). Todos estes indicadores foram favoráveis ao Real Madrid - e, no entanto, os merengues saíram de Turim com a sensação de que a derrota por 1-2 foi um resultado positivo, face à pressão a que foram submetidos pelas transições rápidas da Juventus. A prova, se tal ainda fosse necessário, de que no futebol não há uma só forma de se ser uma equipa eficaz e agressiva.


Ramos da discórdia
A atuação de Sergio Ramos como médio centro foi um dos maiores focos de contestação a Ancelotti no final da partida. O técnico italiano manteve a aposta que tinha dado bom resultado no jogo com o At. Madrid e na vitória em Sevilha, mas desta vez não pode dar-se por satisfeito: Ramos falhou oito passes em zona crítica e foi o jogador com mais faltas cometidas (quatro). Mas o técnico do Real tem razão ao argumentar que o internacional espanhol não esteve sozinho: todos os elementos do quarteto defensivo cometeram erros diretos que perturbaram a equipa e potenciaram as saídas rápidas da Juventus, como a que deu origem ao penálti e ao segundo golo.


Tira-teimas
Vantagem de 2-1 no primeiro jogo pode parecer um resultado magro, mas a Juventus tem sabido aproveitá-lo: conseguiu apurar-se nas quatro vezes em que teve de defendê-lo nas provas europeias. E o Real caiu nas últimas sete eliminatórias diante de italianos. O certo é que o desfecho desta terça-feira acentuou o equilíbrio histórico entre os dois emblemas: são agora oito vitórias para cada lado 17 jogos oficiais, e o saldo entre Ancelotti e Allegri também está perfeitamente nivelado (1-1-1 em três jogos). Esta é a oitava vez que a Juventus vai visitar o Bernabéu, com o saldo de duas vitórias e cinco derrotas. A derrota do Real Madrid foi a primeira, fora de casa, em mais de um ano: a última tinha sido nos quartos de final da época passada, diante do Borussia Dortmund.


Máscara
A recuperação de Lewandowski, que poderá jogar com uma máscara protetora, depois da lesão sofrida há uma semana, é uma das raras boas notícias do departamento clínico do Bayern para Pep Guardiola. Alaba, Badstuber, Ribéry e Robben são as baixas de primeiro plano confirmadas, com as recuperações de Lewandowski e Javi Martinez a comporem o cenário. Do outro lado está um Barcelona praticamente na máxima força, à exceção do francês Jeremy Mathieu.


Clientes habituais
Para o Barcelona, esta é a sétima meia-final nas últimas oito edições da Champions, com a ausência da época passada – eliminação perante o At. Madrid, nos quartos de final - como única exceção desde 2007/08. Já para o Bayern, esta é a quarta meia-final em cinco temporadas, com a época 2010/11 como único interregno. E a familiaridade vai mais longe se considerarmos que nas últimas sete vezes que chegou a esta fase, o Bayern enfrentou equipas espanholas em seis ocasiões: quatro o Real Madrid, e duas o Barcelona. O saldo histórico com os catalães é claramente favorável aos alemães: cinco vitórias, apenas uma para os catalães... e curiosamente conseguida por uma equipa orientada por Pep Guardiola. Na última vez que se cruzaram na Europa, não foi bonito: dupla vitória alemã, por 4-0 e 3-0, na caminhada imparável para o título europeu de 2013.


Conheço-te de qualquer lado...
Já se sabe, este será o jogo do reencontro de Guardiola com os seus adeptos e com muitos dos seus ex-jogadores. Mas também o reencontro com um ex-colega de equipa e de seleção, Luis Enrique, ao lado do qual conquistou uma Taça das Taças e uma Supertaça europeia, em 1997. E, continuando no capítulo dos reencontros, será também a oportunidade para os irmãos Thiago Alcântara (Bayern) e Rafinha (Barcelona) acertarem contas da infância, agora que estão em lados opostos da barricada.