A digressão asiática do Chelsea, marcada para Julho, já está a gerar polémica. Os responsáveis do Governo da Malásia, um dos países onde os londrinos vão jogar, anunciaram que vão deixar que o treinador Avram Grant e o defesa Tal Ben Haim entrem no país, apesar de existir a política de não emitir vistos de entrada a israelitas.
O ministro Syed Hamid Albar disse, através da agência de notícias oficial Bernama, que não será barrada a entrada dos dois representantes do clube inglês, que joga em Kuala Lumpur, a 29 de Julho, e explicou por que é aberta esta excepção: «O ministério teve em conta os aspectos sociais e desportivos. Se não trouxerem consigo as suas ideias políticas e ideologias, não deverá existir qualquer problema. Não reconhecemos Israel (a nível diplomático), uma vez que não cumprem as suas obrigações internacionais. Mas, no desporto, podemos deixar que os seus atletas entrem no país. Também sou um adepto do Chelsea.»
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rais Yatim, confirmou que o Governo «não tem qualquer objecção» à entrada dos dois homens do Chelsea, mostrando-se convicto de que os responsáveis dos blues não vão cancelar a visita devido à polémica: «Trata-se de uma equipa desportiva com dois membros israelitas. Não vemos nada de errado nisso.»
Grupos muçulmanos planeiam manifestação de protesto
Recorde-se que a Malásia é um país de maioria muçulmana e que não tem relações diplomáticas com Israel. Assim, os seus cidadãos israelitas necessitam de obter uma permissão especial para entrar no país. Alguns grupos muçulmanos já anunciaram que pretendem boicotar a visita do Chelsea, como forma de protesto à entrada de Grant e de Ben Haim no país.
Um dos porta-vozes da coligação formada por 21 grupos muçulmanos, Mohamad Azmi Abdul Hamid, apontou que haverá uma manifestação de protesto no dia do jogo, caso o Governo malaio deixe entrar os dois israelitas: «Os malaios devem boicotar o jogo. Devemos unir-nos ao povo palestiniano e lutar pela sua independência. Vamos mobilizar o público e fazer uma manifestação fora do estádio.»